A Google assinou um acordo para utilizar pequenos reatores nucleares para gerar grandes quantidades de energia necessários para alimentar os seus centros de dados de Inteligência Artificial (IA).

De acordo com a BBC, e segundo o acordo com a Kairos Power, a multinacional irá utilizar o primeiro reator nos próximos dez anos, sendo que o objetivo é aumentar o número de reatores utilizados a partir de 2035.

Até ao momento, a empresa norte-americana não divulgou o valor do acordo, nem os locais onde serão construídas as usinas."

"A rede precisa de novas fontes de eletricidade para dar apoio às tecnologias de IA", disse Michael Terrell, diretor de Energia e do Clima da Google.

"Este acordo vai ajudar a acelerar uma nova tecnologia para responder às necessidades de energia de forma limpa e confiável, além de disponibilizar o potencial da IA ​​para todos", acrescentou.

O acordo com a Google "é importante para acelerar a comercialização da energia nuclear avançada, demonstrando a viabilidade técnica e de mercado de uma solução crítica para a descarbonização das redes elétricas", disse o executivo da Kairos, Jeff Olson.

Atualmente, os planos ainda aguardam a aprovação da Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos da América (EUA), bem como das agências locais.

No ano passado, os reguladores dos EUA deram à Kairos Power, sediada na Califórnia, a primeira licença, em 50 anos, para construir um novo tipo de reator nuclear.

Em julho, a empresa iniciou a construção de um reator de demonstração no estado do Tennessee.

A startup é especializada no desenvolvimento de reatores menores, que utilizam sal de flúor fundido como refrigerante, no lugar da água, utilizada nas usinas nucleares tradicionais.

A energia nuclear, que é praticamente livre de carbono e fornece eletricidade 24 horas por dia, tem se tornado cada vez mais atraente para a indústria da tecnologia, que tenta reduzir as suas emissões, ao mesmo tempo que consome mais energia.

Em 2023, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, os EUA juntaram-se a um grupo de países que querem triplicar a sua capacidade de energia nuclear, até 2050, como parte dos esforços de abandonar os combustíveis fósseis.

No entanto, os críticos afirmam que a energia nuclear não é isenta de riscos e produz resíduos radioativos de longa duração.

Já no mês passado, a Microsoft fechou um acordo para reiniciar as operações da usina de energia de Three Mile Island, local do pior acidente nuclear dos Estados Unidos da América, em 1979.

Em março, a Amazon também afirmou que iria comprar um centro de dados movido a energia nuclear no estado da Pensilvânia.