Durante a manhã, o presidente do governo, Pedro Sánchez, publicou um vídeo em que recordou a crueldade do bombardeamento, feito pela aviação alemã e italiana ao serviço de Franco.
Também durante a manhã, o delegado do governo no País Basco, Denis Itxaso, tinha dito, em comentário à reclamação do Partido Nacionalista Basco, apresentada ao Executivo de Madrid, para que fosse organizado um “ato de desagravo” ao povo do Guernica, que “nenhum governo do Estado democrático espanhol tinha agravado” este município.
“Para realizar um ato de desagravo, primeiro tem de se agravar, e nenhum dos Executivos do Estado democrático espanhol está relacionado com o bombardeamento da Legião Condor a Guernica”, afirmou durante uma conferência de imprensa, para dar conta da situação dos refugiados ucranianos no Euskadi.
Para Itxaso, “o que governo tem de fazer é uma declaração de reconhecimento e recordação”, remetendo para o Conselho de Ministros que se realizaria durante a tarde.
De facto, depois da reunião do governo, foi divulgada uma declaração institucional em que o Executivo presidido por Pedro Sánchez reconheceu que o bombardeamento de Guernica “converteu-se em símbolo universal contra a barbárie e o horror de uma guerra”, um ataque a uma população civil similar aos que têm ocorrido nas cidades ucranianas.
O chefe do governo regional basco, Iñigo Urkullu, realçou esta declaração institucional: “É um passo positivo, um dos vários que no futuro vão ter de continuar a ser dados, para construir uma memória baseada na verdade, porque hoje continua a haver mentira sobre o que foi a Guerra de 1936 e o bombardeamento de Guernica e o que foi o sofrimento do povo basco, juntamente com os outros povos do Estado” espanhol.
O bombardeamento, que causou centenas de vítimas – o número ainda é indeterminado - foi feito pela Legião Condor alemã e a Aviação Legionária italiana, durante um dia de mercado, em que a localidade estava cheia de pessoas e atividades.
A recordação deste ataque aéreo, que reúne todos os anos as principais autoridades bascas em Gernica, chamou este ano a atenção internacional depois de o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, ter comparado o sofrimento da sua população com o que sentiram os habitantes de Guernica há 85 anos.
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