“A segunda fase [da operação] prometida pelo comandante do Corpo de Voluntários Russos começou”, anunciou um dos grupos na rede social Telegram, citado pela agência espanhola EFE.

O grupo disse que voluntários armados tinham entrado na Rússia e estavam a dirigir-se para a cidade de Shebekino, na região de Belgorod, a menos de uma dezena de metros em linha reta da fronteira com a Ucrânia.

O presidente da câmara de Shebekino, Valentin Demydov, disse hoje que muitos residentes estavam a fugir da cidade devido aos constantes bombardeamentos ucranianos, sem mencionar a alegada incursão do Corpo de Voluntários Russos.

O autarca precisou que os residentes em fuga estavam a ser acolhidos no estádio Belgorod Arena, segundo a EFE.

O outro grupo, a Legião da Liberdade para a Rússia, divulgou um vídeo alegadamente gravado em Grayvoron, também na região de Belgorod e próxima da fronteira, mas a cerca de 80 quilómetros, em linha reta, de Shebekino.

Na mensagem, o grupo anunciou pretender “libertar toda a Rússia, de Belgorod a Vladivostoque”, situada no extremo oriental do país, junto à fronteira com a China e com a Coreia do Norte.

Os dois grupos têm lutado há meses ao lado do exército ucraniano contra as forças russas e dizem que pretendem derrubar pela força o Presidente russo, Vladimir Putin.

O Governo de Kiev afirma não ter nada a ver com as ações destes grupos em território russo, mas tolera as suas operações em solo ucraniano.

As autoridades russas disseram que mataram mais de 70 “terroristas ucranianos” no ataque em Belgorod no final de maio.

Os dois grupos armados negaram ter sofrido baixas e disseram que apenas cidadãos russos estiveram envolvidos nos ataques.

As alegadas incursões ocorrem numa altura em que os serviços secretos britânicos assinalaram hoje aquele que será “muito provavelmente o primeiro apelo à substituição de Putin na televisão russa aprovada pelo Estado desde o início da guerra”.

Em 27 de maio, “o político da oposição russa Boris Nadezhdin apareceu no canal NTV da Rússia e apelou para a eleição de um novo presidente em 2024, a fim de restabelecer relações normais com a Europa”, disse o Ministério da Defesa britânico.

Nadezhdin “tem sido um crítico da guerra desde a invasão” da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, segundo a Defesa britânica, que tem divulgado diariamente análises sobre a guerra na rede social Twitter.

Para os analistas britânicos, a declaração do opositor foi feita num contexto de “limitações à liberdade de expressão que não se viam desde os tempos soviéticos” introduzidas por Putin nos últimos 15 meses.

“Existe uma possibilidade realista de que a recente retórica ácida de figuras nacionalistas como o proprietário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, esteja a encorajar as figuras da oposição a desafiarem temas tabu”, acrescentaram.

Numa avaliação anterior citada pela agência ucraniana Ukrinform, os serviços secretos britânicos tinham afirmado que a Rússia tem demonstrado uma atitude mais reativa desde o início de maio, em vez de avançar para objetivos militares definidos.

As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

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