Os combates irromperam na semana passada, quando a Sétima Brigada, milícias de Tarhouna, uma cidade a cerca de 60 quilómetros a sul de Tripoli, atacou os bairros do sul da capital.
As Brigadas dos Revolucionários de Tripoli e a Brigada Nawasi, milícias próximas ao Governo apoiado pela ONU, em Tripoli, saíram em defesa da cidade.
Em comunicado, citado pela Associated Press, o Ministério da Saúde indicou que pelo menos 138 pessoas, incluindo civis, ficaram feridos desde então.
O gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra expressou a sua preocupação sobre o impacto dos combates em migrantes e deslocados internos.
A porta-voz Liz Throssell afirmou hoje que alguns dos quase 8.000 imigrantes detidos arbitrariamente estão presos em centros de detenção em áreas onde os combates ocorreram, sem acesso a alimentos ou tratamento médico.
De acordo com o Governo de Unidade Nacional, mais de 1.800 famílias foram deslocadas pelos combates, desde 27 de agosto, de milícias rivais perto de Tripoli.
Também hoje a Agência de Refugiados das Nações Unidas convocou as partes envolvidas na luta para “poupar civis e infraestrutura civil e permitir a passagem segura para aqueles que procuram refúgio em áreas mais seguras”.
A Líbia caiu no caos, após a revolta de 2011 que derrubou o governador Muammar Kadhafi e levou à sua morte.
O país é governado por autoridades rivais em Trípoli, cada um dos quais é apoiado por um conjunto de milícias.
Os confrontos forçaram o Governo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a declarar estado de emergência em Tripoli e arredores, referindo que a luta é “uma tentativa de impedir uma transição política pacífica” no país.
O Governo salientou que “não poderia permanecer em silêncio sobre os ataques a Trípoli e nos seus subúrbios, que é uma violação da segurança na capital e da segurança dos cidadãos”.
Mohamed Buisier, analista político, disse que os combates eram esperados, uma vez que os grupos armados que protegem o Governo em Tripoli estão a obter “grandes parcelas de incentivos financeiros”.
“Isto é normal depois de anos de fracasso. Estamos numa nova fase em que ninguém pode tirar as milícias das suas armas. A Líbia precisa de uma força internacional de manutenção da paz”, frisou.
A missão da ONU na Líbia tem se preparado para uma reunião entre as partes em conflito num esforço para pôr fim aos combates.
Mohamed Buisier pediu para que “as várias partes interessadas” se reúnam hoje, para concretizar um “diálogo urgente sobre a situação de segurança” em Tripoli.
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