António Costa falava aos jornalistas na Base Militar de Caracal, na Roménia, depois de ter visitado juntamente com a ministra da Defesa, Helena Carreiras, o contingente português que se encontra neste país do leste da Europa no âmbito de uma missão da NATO.

Cinco funcionários da embaixada portuguesa em Moscovo receberam hoje ordem de expulsão da Rússia, na sequência do que tem acontecido com outros países europeus durante esta semana. A expulsão, que terá de acontecer no prazo de 14 dias, foi anunciada esta manhã à embaixadora de Portugal em Moscovo, Madalena Fischer.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro assumiu que se tratou de um ato de retaliação “sem motivo” por parte da Federação Russa e sustentou que “o único facto relevante foi dez diplomatas russos, que desempenhavam funções incompatíveis com o seu estatuto diplomático, terem sido expulsos [de Portugal] em devido tempo”.

“Portugal agiu como devia agir relativamente a dez pessoas que estavam em Lisboa acreditadas como diplomatas e que desenvolviam outras atividades não diplomáticas. Quanto à ação da Rússia, não tenho nada mais a acrescentar para além daquilo que foi transmitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros”, referiu.

Interrogado se esta expulsão de funcionários da embaixada portuguesa em Moscovo dificultará os canais diplomáticos entre os dois países, o líder do executivo português respondeu: “Temos de manter os canais diplomáticos abertos e estão abertos”.

“Portugal não cortou relações com a Rússia e a Rússia não cortou relações com Portugal. Agora, os canais diplomáticos devem desenvolver-se através de diplomatas e, por isso, Portugal procedeu à expulsão atempada de dez pessoas colocadas em Portugal” pela Federação Russa, insistiu.

De acordo com António Costa “a Rússia entendeu retaliar” e essa foi “uma opção” do regime de Moscovo.

“Prosseguiremos a nossa missão diplomática [em Moscovo] desde logo através da nossa embaixadora Madalena Fischer. A representação de Portugal continuará através da embaixadora e de outros diplomatas que estão em Moscovo”, completou.

Questionado se acredita que a diplomacia vai conseguir vingar para resolver o conflito provocado pela intervenção militar russa na Ucrânia, o primeiro-ministro advogou que “a paz conquista-se seguramente através de vários canais”,

“Um dos canais é o diplomático e o outro é o de termos Forças Armadas Portuguesas preparadas, equipadas e empenhadas ao serviço da NATO, aqui, na Roménia, um país que faz fronteira com a Ucrânia. Estas nossas Forças Armadas estão numa missão fundamental de dissuasão e também de reforço da defesa para garantir a soberania e a integridade territorial da Roménia”, respondeu.

Para António Costa, “tal como a União Europeia, também a NATO está unida para fazer frente à ameaça” da Rússia.

“Este contingente português está aqui, em Caracal, para contribuir para a nossa segurança coletiva. Esse é um canal para a paz, como outros de natureza política e económica. O objetivo é estabelecer a paz o mais rapidamente possível, assegurar o primado do direito internacional, o escrupuloso respeito pelos princípios da soberania nacional, da integridade territorial e da autodeterminação dos estados. Temos de atingir esses objetivos por via diplomática, política, económica e militar”, acrescentou.

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