“Decidimos, depois de retirar o Presidente, que atualmente está connosco (…), dissolver a Constituição em vigor e dissolver as instituições; decidimos também dissolver o Governo e fechar as fronteiras terrestres e aéreas”, disse um dos membros do grupo envolvido num alegado golpe de Estado e que se apresentou de uniforme e armado numa declaração divulgada nas redes sociais, mas não transmitida pela televisão nacional.
Os golpistas, que confirmaram à AFP a origem do vídeo, divulgaram imagens do Presidente, nas quais lhe perguntam se foi maltratado, tendo Alpha Condé, vestido com calças de ganga e camisa e sentado num sofá, recusado responder.
Por seu lado, o Ministério da Defesa afirmou, em comunicado, que “os insurgentes (tinham) semeado o medo” em Conacri antes de tomarem o palácio presidencial, mas que “a guarda presidencial, apoiada pelas forças de defesa e segurança leais e republicanas, conteve a ameaça e repeliu o grupo de atacantes”.
Hoje de manhã foram ouvidos tiros de armas automáticas no centro de Conacri, capital da Guiné-Conacri, e muitos soldados eram visíveis nas ruas, segundo relataram várias testemunhas à agência AFP.
Nenhuma explicação foi inicialmente disponibilizada sobre as razões para esta tensão na península de Kaloum, no centro de Conacri, onde estão localizadas a presidência, as instituições e os escritórios comerciais.
No entanto, moradores em Kaloum, contactados por telefone, relataram um tiroteio prolongado e disseram ter visto muitos soldados a ordenar às pessoas que voltassem para as suas casas e que não saíssem à rua.
Um diplomata ocidental adiantou à agência de notícias francesa AFP considerar “sem qualquer dúvida” que estava em curso uma tentativa de golpe, liderada por forças especiais guineenses.
A oposição tem feito circular, nas redes sociais, vídeos em que afirma que os tiros foram disparados por moradores e que os fortes tiroteios ressoam nas ruas.
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