“Ainda temos muito que fazer. Houve uma grande evolução, como é conhecido por todos, no sistema educativo e diria que é uma evolução quantitativa, mas os dados mostram que ainda há muito trabalho para desenvolver”, disse à agência Lusa o presidente da Confap, Jorge Ascenção.
O responsável assinalou, contudo, que “é necessário e urgente uma reflexão sobre o modelo de avaliação”, como a Confap tem vindo a defender.
“A escola está mais numa perspetiva de uma classificação do que numa perspetiva de certificação e de apoiar a evolução daquilo que são as motivações e as expectativas de cada criança e de cada jovem”, criticou, falando num “mercado das notas”.
Os primeiros 27 lugares das escolas com melhores médias nos exames nacionais do secundário são ocupados por colégios privados, registando-se uma subida de cinco lugares das escolas públicas no ‘ranking’ elaborado pela agência Lusa.
“Estes resultados demonstram que ainda temos muitos que andar, nomeadamente em termos quantitativos. É preciso refletir a avaliação, é preciso um modelo de acesso ao ensino superior e é preciso que haja uma maior cumplicidade entre o trabalho da família e da escola”, vincou.
“Estamos a comentar ‘rankings’ que traduzem algum conhecimento, mas apenas um momento em que foi feito um exame e que pode não ser o reflexo de um trabalho que foi desenvolvido e avaliado continuamente”, insistiu Jorge Ascenção.
O representante lamentou ainda que o sistema de ensino atual se foque mais nas “preocupações imediatas”, já que “as famílias querem que os filhos tenham uma nota e não deveria ser esse o interesse”.
É no Porto que se encontram as escolas pública e privada com melhores resultados nos exames do secundário, segundo um ‘ranking’ elaborado pela agência Lusa tendo em conta as médias dos alunos internos das escolas onde se realizaram mais de cem provas.
Os alunos do Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, voltaram a destacar-se ao conseguirem a melhor média nacional, com 15,02 valores em 479 exames realizados.
Numa lista de 521 estabelecimentos de ensino, a primeira escola pública surge em 28.º lugar, graças aos estudantes da Secundária Garcia de Orta, também no Porto, que fizeram 796 exames e obtiveram uma média de 12,91 valores.
Comparando com o ano anterior, quando os primeiros 33 lugares da lista foram ocupados por privados, verifica-se uma ligeira subida das escolas públicas.
As dez escolas públicas com melhores resultados encontram-se nos primeiros 50 lugares da lista, sendo que, muitas vezes, as diferenças entre elas só são percetíveis olhando para as centésimas.
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