Pablo Escobar deixou à Colômbia um legado que causa tanto fascínio quanto preocupação: os hipopótamos de estimação criados pelo barão da cocaína há mais de 20 anos converteram-se na maior população da espécie fora de África.

De acordo com o The Guardian, um grupo de cientistas tem vindo a alertar para o impacto causado pelos animais no local, uma vez que as tentativas de controlar a sua reprodução, por parte do governo, não tiveram impacto real no crescimento populacional.  Nos últimos oito anos, estima-se que os hipopótamos tenham passado de 35 para um número entre 65 e 80.

Segundo os investigadores, os hipopótamos representam uma grande ameaça à biodiversidade local e podem levar a encontros mortais com humanos. Desta forma, defendem que os hipopótamos devem ser abatidos ou o seu número pode chegar a cerca de 1.500 em 2035.

Contudo, o abate pode não ser uma solução fácil, uma vez que há uma proibição por parte do governo em caçar estes animais. Por outro lado, o apreço da população local pelos hipopótamos também é um obstáculo.

"Acredito que seja um dos maiores desafios das espécies invasoras no mundo", referiu Nataly Castelblanco-Martínez, ecologista da Universidade de Quintana Roo, no México, e principal autora de um estudo publicado na revista Biological Conservation, em janeiro.

Um outro estudo realizado em 2020 por investigadores da Universidade da Califórnia descobriu que os hipopótamos estão a alterar a qualidade da água, onde passam grande parte do tempo e defecam. À medida que a população continua a crescer, animais nativos como os peixes-boi das Antilhas podem ser obrigados a sair do local.

Os hipopótamos de Pablo Escobar prosperam na região fértil situada entre Medellín e a capital da Colômbia, Bogotá. Os animais passam o dia principalmente nos lagos e canais e à noite deambulam nos pastos em redor. Ao contrário do que aconteceria em África, de onde são nativos, na Colômbia não têm predadores naturais.

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