Em comunicado, a administração da ULS de Matosinhos adiantou que a decisão entra em vigor na sexta-feira, “sendo previsível que se prolongue até ao final do mês”.
A administração justifica a decisão com “o objetivo de assegurar a qualidade e segurança dos cuidados de saúde”.
No comunicado, explica que “estes são os dias em que há um menor volume de trabalho e, por isso, se entendeu concentrar nos restantes dias o maior número de profissionais, de modo a garantir as condições de segurança para os utentes e profissionais”.
“Desta forma pretende-se a continuidade de resposta interna aos doentes em internamento nos vários serviços do Hospital Pedro Hispano havendo capacidade para realização de intervenções cirúrgicas sempre que necessário”, assinala a nota de imprensa.
No comunicado, os responsáveis reconhecem que, “apesar da situação difícil em que vários hospitais se encontram (…) este é um esforço significativo do Serviço de Cirurgia Geral da Unidade Local de Saúde de Matosinhos garantindo um acesso em segurança aos cuidados de saúde”.
Esclarece ainda o hospital que “todos os utentes que precisem de ser observados por Cirurgia Geral no Serviço de Urgência nesses dias (sextas, sábados e domingos) terão de ser referenciados para outras instituições com as quais o Conselho de Administração já articulou, nomeadamente o Centro Hospitalar Universitário de São João e Centro Hospitalar Universitário de Santo António”.
A Lusa tentou contactar a administração da ULS de Matosinhos para mais esclarecimentos, mas tal não foi possível até ao momento.
Num levantamento feito sobre os impactos da entrega de minutas de recusa por parte dos médicos a horas extraordinárias além das 150 obrigatórias por lei, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirmou hoje, em comunicado, que o retrato é grave, traduzindo-se em encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares, após mais de 2.000 médicos terem recusado fazer mais horas extras.
Segundo a FNAM, os serviços de urgência estão “fortemente condicionados e com equipas insuficientes” nos hospitais de Almada, Amadora, Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Caldas da Rainha, Famalicão, Figueira da Foz, Lamego, Leiria, Lisboa, Matosinhos, Penafiel, Ponte de Lima, Porto, Póvoa de Varzim, Portalegre, Portimão, Santa Maria da Feira, Tomar, Torres Vedras, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu além de Barcelos, Caldas da Rainha, Chaves, Guarda, Santarém e Tomar.
Além dos serviços de urgência, há efeitos conexos, fruto da deslocação dos médicos de outros serviços para as escalas dos serviços de urgência, nos serviços de Anestesia, Cardiologia, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Medicina Interna, Medicina Intensiva, Ortopedia e Pediatria.
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