O 22.º Conselho Nacional da Iniciativa Liberal (IL) está hoje reunido, em Cascais, distrito de Lisboa, tendo o presidente do partido, João Cotrim Figueiredo, adiantado à agência Lusa quais os principais temas em discussão por este órgão partidário.
A guerra na Ucrânia e as mudanças que a mesma originou foram um dos pontos de destaque, considerando o presidente liberal que este evento “faz o mundo mudar e obriga o partido a mudar com ele”.
Para além do “acordar da consciência de amor à liberdade na Europa”, João Cotrim Figueiredo considerou que também “as instituições acordaram”, como a NATO ou União Europeia, defendendo que é preciso saber o que é que “isso significa do ponto de vista das opções orçamentais em Portugal”.
“Se há esse tipo de alterações o que é que em Portugal vai ter que ser discutido e feito a nível da despesa militar. Nós temos que acompanhar o esforço de recuperar a soberania, neste caso a defesa”, antecipou.
Questionado sobre se o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) responde a esta necessidade, o presidente da IL foi a perentório a responder que não.
“É mais um daqueles exemplos que parece que o mundo não mudou nada e, portanto, que as medidas recicladas do passado não dão resposta a essa questão que é nova”, criticou.
Sobre o OE2022 – que o Conselho Nacional também está a analisar – João Cotrim Figueiredo referiu que, tal como o Programa do Governo ou o Programa de Estabilidade, este documento “é muito reciclagem, mais do mesmo”.
“Eu percebo as preocupações ambientais, mas reciclar tanta medida também é um exagero porque parece que o mundo não mudou e que não há nada ali nada verdadeiramente novo que nos permitam dizer que o PS, que não sabia pôr isto a crescer até agora, de repente aprendeu”, ironizou.
Ao deputado da IL não lhe parece que o PS “tenha aprendido coisíssima nenhuma”, estando o partido ainda a analisar como se irá posicionar na especialidade do OE2022, “se através de um número muito grande de propostas parcelares ou de propostas mais reduzidas em número, mas mais simbólicas”.
Ainda em relação guerra na Ucrânia, João Cotrim Figueiredo afirmou que a “infeliz conclusão” de que as “ligações estreitas entre países só por via do comércio não garantem a paz” vai ter que ser assumida, o que implicará “ser ainda mais exigente com gastos públicos”.
“Damos total apoio, obviamente, a todas as medidas de acolhimento e estamos muito atentos àqueles problemas têm aparecido quer em serviços públicos quer em serviços de acolhimento camarário”, sublinhou, reiterando a importância da União Europeia acelerar a concessão do estatuto de candidato à Ucrânia.
Do ponto de vista geopolítico, de acordo com o líder liberal, “é preciso fazer uma discussão séria, à escala nacional”, aproveitando o facto de o Conceito Estratégico de Defesa Nacional estar em discussão agora e ainda a cimeira da NATO em Madrid em junho para também adaptará o seu Conceito Estratégico de Defesa Nacional.
É preciso “integrar e coordenar os dois e transformar isso num guia numa orientação que permita a cada um dos países contribuir para o aumento da soberania de defesa da Europa que foi uma coisa que se percebeu que é muito arriscada não ter”, defendeu.
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