“Temos como média de venda aproximadamente 900 mil euros a um milhão de euros na área residencial”, precisou o responsável à agência Lusa, notando o crescimento do mercado nacional de 24% no segundo trimestre do ano, quando se registaram mais de 45 mil transações, e de 35% em termos de valor para um registo superior a seis mil milhões de euros.
De 2016 para 2017, a imobiliária informou ter crescido 20%, enquanto, em geral, para este ano a evolução “será a dois dígitos, sendo que em alguma zonas do país se cresce 40%”.
No total das vendas da imobiliária este ano, 70% foram efetuadas a estrangeiros, sendo a nacionalidade francesa a mais representada, enquanto a que “mais cresce é a brasileira e começa-se a notar uma nova vaga de investidores, que vai ser muito importante no futuro, os americanos”, acrescentou Poisson.
A atratividade do país volta a explicar-se pelo contexto económico positivo, condições de segurança, infraestruturas e sistema de saúde, benefícios fiscais, além da “hospitalidade” e da capacidade de “acolher uma vasta panóplia de nacionalidades, de religiões e haver um encaixe quase perfeito”.
O responsável da Sotheby’s também sublinhou que o imobiliário é o “setor refúgio" por ser difícil encontrar alternativas para aplicar as poupanças e investimentos quer das famílias, quer dos investidores privados ou institucionais.
“O imobiliário é o setor mais atrativo para investir”, argumentou Miguel Poisson, afirmando que Portugal “vai ter tendência a impor-se cada vez mais no panorama internacional, muito na área do investimento imobiliário”, mas também ao acolher empresas.
Acerca de Lisboa, o diretor-geral notou estar a viver um fenómeno semelhante a outras capitais europeias e que deixou de ser uma cidade “um pouco esquecida e colocada num dos cantos da Europa”.
“Em capitais como Londres ou Paris quem habita no centro não são as populações locais, tendem a ser muitos estrangeiros. E Lisboa não está a escapar a essa tendência e é muito difícil para uma classe média portuguesa, para não falar dos jovens a entrar no mercado de trabalho, comprar habitação nas zonas mais privilegiadas”, referiu.
Assim, o diretor nota que haverá “aspetos positivos no desenvolvimento urbano”, porque haverá uma maior procura “num segundo ou terceiro anel da capital” levando a que haja reabilitação de “zonas que estavam um pouco esquecidas”.
“E isso está a acontecer em Lisboa, no Porto e em várias cidades. Estamos a assistir a alterações no tecido urbano, com aspetos muito positivos em relação a reabilitação e limpeza”, assinalou à Lusa.
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