"Nas ações de rearborização já executadas na MNL, o ICNF plantou cerca de 210.000 plantas", anunciou fonte desta estrutura, informando que "entre as árvores encontram-se diversas espécies florestais como pinheiros, sobreiros, choupos, castanheiros, carvalhos, faias e plátanos".
Já no âmbito das ações de voluntariado de centenas de pessoas foram plantadas cerca de 300 mil árvores, acrescentou aquele organismo, ao explicar que "todas as iniciativas de replantação (voluntariado) que ocorreram na MNL foram objeto de aprovação prévia do ICNF" e "têm sido sempre acompanhadas do ponto de vista técnico e operacional" por esta entidade, "que disponibiliza recursos humanos, cede plantas e espaços para o efeito".
O ICNF revelou ainda à Lusa que a Mata Nacional de Leiria será "reflorestada com recurso a dois métodos distintos de rearborização: a plantação e a regeneração natural".
"Cerca de dois terços da área da Mata será reflorestada através de regeneração natural, com a germinação de dezenas de milhões de plantas. Uma outra área, de menor dimensão (perto de 4.000 hectares), na qual não será possível obter uma regeneração natural devido à idade muito jovem dos povoamentos de pinheiros bravos, será reflorestada com recurso à plantação de um elevado número de árvores", informou ainda.
Para este organismo, neste momento, "é prematuro avançar com um número de plantas necessário, tendo em conta que todo o processo de plantação será enquadrado no âmbito do Relatório da Recuperação das Matas Litorais, da responsabilidade da Comissão Científica, que se encontra em elaboração".
Este documento "conterá as linhas orientadoras", nomeadamente "espécies, áreas e densidades dos povoamentos a estabelecer por plantação, das ações de rearborização que são relevantes para a MNL".
Apesar das plantações idênticas às que se têm efetuado no Pinhal de Leiria ocorrerem, "de uma forma genérica, na primavera e no outono, estações do ano em que o clima é habitualmente mais adequado para a plantação”, o ICNF afirmou que "são as condições meteorológicas que determinam o início e o fim das plantações", pelo que "não é possível determinar com exatidão a paragem do processo de reflorestação na MNL e o seu recomeço".
Os incêndios de outubro de 2017, que atingiram 36 concelhos da região Centro, provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, e destruíram total ou parcialmente perto de 1.500 casas e cerca de meio milhar de empresas.
Extensas áreas de floresta e de terrenos agrícolas foram igualmente destruídas pelos fogos de 15 e 16 de outubro de 2017, que afetaram de forma mais grave os municípios de Castelo de Paiva e Vagos, no distrito de Aveiro; Oleiros e Sertã (Castelo Branco); Arganil, Figueira da Foz, Lousã, Mira, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Tábua e Vila Nova de Poiares (Coimbra); Gouveia e Seia (Guarda); Alcobaça, Marinha Grande e Pombal (Leiria); e Carregal do Sal, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Tondela e Vouzela (Viseu).
Nas manchas florestais atingidas, destaque designadamente para o Pinhal de Leiria, na Marinha Grande, que ficou reduzido a cerca de 20% da sua extensão, e seus prolongamentos para norte (Mata Nacional do Urso, em Pombal) e para sul (orla costeira de Alcobaça), para as matas nacionais de Quiaios (Figueira da Foz), onde arderam mais de três mil hectares, equivalentes a cerca de 50% da sua área, e da Margaraça (Arganil), classificada como Reserva Biogenética do Conselho da Europa, que perdeu cerca de 70% da flora, e ainda para o Parque Natural da Serra da Estrela, penalizado nos municípios de Gouveia, Oliveira do Hospital e Seia.
Na sequência dos fogos que deflagram em 15 de outubro foram consumidos mais de 220.000 hectares de floresta, cerca de 45% da área total ardida durante 2017, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Os dois incêndios que, em outubro, destruíram maiores áreas ocorreram no distrito de Coimbra, nos concelhos da Lousã, onde foram atingidos cerca de 43.900 hectares, e de Oliveira do Hospital (perto de 43.200 hectares).
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