“As nossas interações com a AIEA continuam e esperamos que possamos fazer progressos efetivos para remover obstáculos e ambiguidades e dar um passo em frente”, afirmou o diretor da Organização Iraniana de Energia Atómica (AEIO, na sigla inglesa), Mohammad Eslami, lembrando que a agência com sede em Viena exige a Teerão que explique a existência de materiais nucleares em três locais não declarados.

A questão está a atrasar os esforços para retomar o acordo nuclear de 2015 entre o Irão e as potências nucleares, que está num impasse desde que os Estados Unidos dele se retiraram unilateralmente em 2018, por decisão do então Presidente Donald Trump.

A deslocação da delegação da AIEA ao Irão esteve prevista para novembro passado, mas foi adiada depois de o Conselho de Governadores da agência ter lamentado a “falta de cooperação” de Teerão em fornecer respostas “tecnicamente confiáveis”.

A AIEA argumentou que, face a essa situação, era “incapaz de garantir a autenticidade e integridade do programa nuclear iraniano”.

Na passada sexta-feira passada, Eslami afirmou que os vestígios de urânio enriquecido encontrados no Irão foram trazidos do exterior para o país.

O acordo de 2015 concedeu isenção de sanções internacionais impostas ao Irão em troca de garantias de que Teerão não adquiriria armas atómicas, objetivo que a República Islâmica sempre negou perseguir.