“Não temos dúvidas sobre a identidade daqueles que fizeram isto, sobre o seu grupo e sua filiação", disse Rohani à televisão estatal antes de partir para Nova Iorque, onde vai participar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Durante a guerra entre o Iraque e o Irão (1980-1988), "aqueles que causaram esta catástrofe (de sábado) (…) apoiaram os agressores e cometeram crimes", acrescentou Rohani.
"Enquanto (o antigo Presidente iraquiano) Saddam (Hussein) estava vivo, eles eram os seus mercenários. Em seguida, mudaram de mestres e um dos países da margem sul do Golfo Pérsico" foi responsável por apoiá-los, afirmou o Presidente iraniano, sem nomear nenhum país.
"Todos esses pequenos países mercenários que vemos na região são apoiados pelos Estados Unidos. São encorajados pelos norte-americanos", acrescentou Rohani.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque a Ahvaz, mas as autoridades iranianas não parecem levar a sério esta reivindicação.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão anunciou no sábado à noite que convocou diplomatas da Dinamarca, da Grã-Bretanha e da Holanda em Teerão para expressar "o forte protesto do Irão contra o facto de que os seus respetivos países abrigarem alguns membros do grupo terrorista que perpetraram o ataque em Ahvaz.
A Frente Popular e Democrática dos Árabes de Ahvaz reivindicou também o atentado a partir de um canal por satélite, Iran International, baseado em Londres.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse que insistiu junto do ministério homólogo britânico que é “inaceitável que o porta-voz (deste grupo separatista) seja autorizado a reivindicar este ato terrorista numa estação de televisão em Londres”.
Teerão também criticou Copenhaga e Haia por serem complacentes como grupo, acusando os dois países europeus de acolherem alguns dos seus membros no seu território
“Esses terroristas comportam-se exatamente como EI", afirmou a chancelaria iraniana, acusando a Europa de falta de empatia com o Irão quando é tocada por ataques.
Ja no sábado, Ramezan Sharif, porta-voz da Guarda Revolucionária Iraniana, acusou os atacantes de estarem ligados a um grupo separatista árabe apoiado pela Arábia Saudita.
De acordo com o mais recente balanço oficial, 29 pessoas foram mortas em Ahvaz, no sábado, por um comando de quatro homens que abriram fogo contra a multidão que assistia a um desfile militar.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também transmitiu as suas condolências aos iranianos afetados pelo ataque em Ahvaz.
Num comunicado, divulgado no sábado pela ONU, Guterres “condenou o ataque de hoje (sábado) na cidade no sudoeste do Irão de Ahvaz”.
A nota acrescentou que Guterres “expressou as suas condolências às famílias das vítimas, ao Governo e ao povo do Irão”, também desejando que “todos os feridos recuperem rapidamente”.
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