Este anúncio ocorre em pleno clima de tensão entre o Irão e os Estados Unidos, depois de o Presidente Donald Trump ter ameaçado retirar o seu país do acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerão e as grandes potências.
Imagens de televisão mostraram o lançamento do míssil. As imagens captadas a partir do interior do míssil foram posteriormente difundidas.
A data do lançamento não foi comunicada, mas, na sexta-feira, aquando da apresentação do míssil num desfile militar que assinalava o início da guerra do Iraque contra o Irão em 1980, um responsável iraniano disse que o mesmo estaria “operacional num futuro próximo”.
O comandante da divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, força de elite do regime iraniano, general de Amir Ali Hadjizadeh, disse que o míssil é de “um tamanho mais pequeno e tático e estará operacional num futuro próximo”. “O míssil Khoramshahr, com um alcance de 2.000 quilómetros, pode transportar ogivas convencionais para atingir vários alvos ao mesmo tempo”, disse Amir Ali Hadjizadeh, citado na sexta-feira pela agência Irna.
"Para defender a nossa pátria não vamos pedir autorização a ninguém”
Também na sexta-feira, durante o desfile militar comemorativo do início da guerra com o Iraque em 1980, o presidente do Irão disse que o país vai reforçar as capacidades militares e balísticas. “Quer queiram quer não, vamos reforçar as nossas capacidades militares, necessárias em termos de dissuasão. Vamos desenvolver os nossos mísseis e também as nossas forças aérea, terrestre e marítima. Para defender a nossa pátria não vamos pedir autorização a ninguém”, disse Hassan Rohani, num discurso transmitido em direto pela televisão.
O Irão desenvolveu um vasto programa balístico nos últimos anos, que tem levado os Estados Unidos, mas também a Arábia Saudita, o principal rival na região, e alguns países europeus como a França, ou ainda Israel, a manifestarem a sua preocupação. O acordo nuclear concluído em 2015 com as grandes potências não interditava as atividades balísticas do Irão, mas a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU pede ao Irão para não levar a cabo atividades para desenvolver mísseis concebidos para transportar ogivas nucleares.
Responsáveis iranianos afirmam que os mísseis do seu país não foram produzidos para transportar ogivas nucleares e que Teerão não tem um programa para fabricar armas nucleares. Também referem que o Irão possui a tecnologia necessária para aumentar o alcance dos seus mísseis até agora limitado a 2.000 quilómetros.
O Irão possui dois outros mísseis, Ghadr-F e Sejil, que têm um alcance de 2.000 quilómetros, podendo atingir grande parte do Médio Oriente, incluindo Israel, e as bases norte-americanas na região.
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