“Temos um porto seguro. O ‘Sea-Watch 3’ está a dirigir-se para Trapani, Sicília, [porto] atribuído pelas autoridades italianas. Depois de enfrentar uma noite difícil a bordo, os nossos 257 resgatados estão muito aliviados e incrivelmente felizes por poderem desembarcar em breve em terra segura”, anunciou a ONG alemã através das redes sociais e citada pelas agências internacionais.

Ainda a aguardar uma decisão estão os 550 migrantes, igualmente resgatados no Mediterrâneo, que permanecem a bordo de outro navio humanitário, o “Ocean Viking” que está associado à ONG francesa SOS Méditerranée.

A ONG francesa afirmou que, até ao momento, não recebeu autorização para efetuar o desembarque das 550 pessoas que tem a bordo há cinco dias.

“O enjoo provocado pelo mar leva à perda de líquidos e à falta de apetite. As mulheres grávidas estão a ficar mais fracas a cada dia que passa. Quase todas as crianças sofrem de dores abdominais, vómitos e perda de apetite. Todos os sobreviventes devem desembarcar urgentemente num local seguro”, acrescentou a ONG francesa.

Na quinta-feira, duas mulheres e um rapaz de oito anos tiveram de ser retirados de urgência do navio humanitário devido ao seu estado de saúde.

Na noite de quinta-feira, o navio “Geo Barents”, operado pela ONG Médicos sem Fronteiras e que acaba de chegar à zona do Mediterrâneo Central, fez a sua primeira operação de resgate e salvou 25 pessoas, incluindo 10 menores não acompanhados, que estavam há dois dias à deriva em alto mar após a avaria do motor da embarcação em que viajavam.

Na quarta-feira, o Governo italiano, através da ministra do Interior, Luciana Lamorgese, instou a União Europeia (UE) a ativar, ainda que temporariamente, um mecanismo que permitisse dar um porto seguro a estas mais de 800 pessoas resgatadas.

Na mesma ocasião, Luciana Lamorgese apelou “ao relançamento do princípio de solidariedade entre os Estados-membros para uma redistribuição obrigatória dos migrantes resgatados em mar”.

E sublinhou ainda “a urgência de uma mudança de rumo na política migratória da UE”.

Apresentada em setembro de 2020 pela Comissão Europeia, a proposta do Novo Pacto europeu para a Migração e Asilo mantém-se ainda em negociações no seio do bloco comunitário.

A Itália, a par da Grécia, Espanha ou Malta, é conhecida como um dos países da “linha da frente” ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.

O país está integrado na chamada rota do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que sai da Tunísia, Argélia e da Líbia em direção ao território italiano, em particular à ilha de Lampedusa, e a Malta.

Nos últimos dias, mais de 2.000 migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa, onde o centro de acolhimento local, com uma capacidade máxima para cerca de 200 pessoas, encontra-se sobrelotado.

Desde o início deste ano, segundo dados recolhidos até à passada segunda-feira, chegaram a Itália um total de 29.461 migrantes, um número que representa um aumento significativo em relação ao ano passado (14.406 migrantes) e ao ano anterior (3.920).

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