"Estas eleições regionais vão ser muito interessantes porque elas vão ser um confronto entre o Estado social e o Estado assistencialista e entre os autonomistas e os integracionistas, que sonham ainda ter um governador civil do continente", explicou o antigo líder do PSD/Madeira, à entrada para as jornadas parlamentares do partido, que decorrem até quinta-feira no auditório da Junta de Freguesia de Santo António, no Funchal.
Alberto João Jardim considerou necessária uma revisão constitucional de modo a proporcionar à Madeira os instrumentos económico-financeiros que lhe permitam prosseguir os objetivos de uma política de natureza de Estado social e não de Estado assistencial, que "é uma espécie de Conferência de São Vicente de Paulo, uma política casuística de dar uma esmola para aguentar o problema".
"Estamos a cair num Estado assistencial, já não é um Estado social em termos de apoio aos necessitados e isso é muito perigoso porque se não houver investimento, se não houver crescimento económico, se o dinheiro for para fazer esmolas nunca se combaterá a pobreza", observou.
Para reverter essa tendência [de Estado assistencial], Alberto João Jardim defende alterações constitucionais "tendo em vista o futuro da Madeira", porque, acrescenta, "o programa do PS é de Estado assistencial, o programa do PSD é de Estado social".
"Nós temos que ter capacidade de ter os instrumentos económico-financeiros para termos investimento e Estado social, porque crescimento económico significa mais emprego, aumento da classe média e um sistema fiscal próprio com mais riqueza para distribuir", disse.
Alberto João Jardim foi presidente do PSD/Madeira entre 1974 e 2015 e presidente do Governo Regional entre 1978 e 2015.
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