Nascido em Leiria, em setembro de 1975, João Vasconcelos, que integrou o executivo de António Costa entre 2015 e 2017, foi um dos principais promotores da continuação da Web Summit, considerada a maior cimeira de tecnologias e empreendedorismo, em solo português.
Atualmente, era colaborador da consultora financeira Clearwater International como 'senior adviser' para a área das 'startups' e empresas de tecnologias de informação.
Militante socialista, João Vasconcelos saiu do Governo em julho de 2017, depois de ter sido constituído arguido pelo Ministério Público no processo que investigava o "pagamento pela Galp Energia S. A. de viagens, refeições e bilhetes para diversos jogos da seleção nacional no Campeonado Europeu de Futebol de 2016", o qual seria arquivado.
"Não foi a saída que eu queria. E teve um impacto... nem é tanto político, porque ninguém liga nenhuma àquilo, os empresários conhecem-me e desvalorizam muito a questão. E não conheço ninguém que se deixasse influenciar por um bilhete de futebol e uma viagem. Mas hoje a minha vida está muito melhor", afirmou, em entrevista ao Diário de Notícias (DN), em dezembro de 2017.
Diretor executivo da Startup Lisboa - Associação para a Inovação e Empreendedorismo de Lisboa, de 2011 até 2015, foi responsável pelo LIDE Empreendedorismo, associação com foco na promoção da sustentabilidade e responsabilidade social nos negócios e nas empresas.
Em abril de 2016, em entrevista à agência Lusa, João Vasconcelos antecipava que as 'startups' iriam ter um impacto enorme na reabilitação urbana.
"As 'startups' e este tipo de empreendedorismo vão ter um impacto enorme na reabilitação urbana. Essa vai ser a primeira perceção", disse, na altura, o antigo diretor da incubadora Startup Lisboa, considerando que estas empresas estão cada vez mais a reutilizar os edifícios e não querem ir para parques novos.
"Isso está a acontecer no Porto, em Braga, diariamente em Lisboa, nos bairros históricos. Em Lisboa, estão na Baixa, mas também no Beato, Marvila e Cais do Sodré", disse.
Sobre a WebSummit, João Vasconcelos considerou que desde o anúncio da vinda do evento para Portugal "tudo mudou radicalmente".
“Vai mesmo haver um antes e um depois. É provavelmente a melhor oportunidade que Portugal tem desde a Expo98 para se mostrar como um país sofisticado, cosmopolita e um país que quer fazer parte desta nova economia”, afirmou, em 2016.
"Acho que ser governante é a função mais importante que se pode ter na vida, interferir nos destinos da comunidade, no futuro de várias gerações, ajudar a construir - ou a destruir, se for mau. Por isso olhei para aquele cargo com enorme respeito, responsabilidade, honra e orgulho. Mas fui para fazer coisas - muitos vão só com vontade de serem ex-membros do Governo para o resto da vida. Há muitos ministros que a única coisa que querem é ser ex-ministros", disse, em entrevista ao DN em dezembro de 2017.
João Vasconcelos, que faleceu esta madrugada aos 43 anos, nasceu em Leiria em setembro de 1975, segundo filho de uma professora do ensino secundário e de um advogado, tinha como 'hobby' o restauro de automóveis antigos.
"Arranjo-os, conduzo-os, participo em provas e passeios, passo os fins de semana na oficina, no estofador, no eletricista, e normalmente ando num Mercedes de 1972", afirmou no final de 2017 ao DN.
João Vasconcelos foi ainda adjunto e assessor do gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates, com responsabilidade na área dos assuntos regionais e economia, entre 2005 até 2011.
Entre 1999 e 2005, ocupou o cargo de vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).
João Vasconcelos administrou também diversas empresas familiares nos setores do turismo e serviços, tendo também sido mentor de vários programas de aceleração empresarial, nomeadamente o Startup Pirates, Founder Institute, Lisbon Challenge e Seedcamp.
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