De acordo com a agência de notícias espanhola Efe, que cita as autoridades congolesas, Nicolas Niarchos está acusado de “ter-se aproximado das milícias de Bakata Katanga durante o seu trabalho” de investigação da ligação entre os recursos naturais e o financiamento destes grupos armados.
“É certo que Niarchos trabalhou numa série de reportagens sobre os recursos naturais e os ‘minerais de sangue’, mas caiu nas redes da Agência Nacional de Inteligência porque se aproximou dos milicianos”, explicou o vice-presidente de uma comissão da província de Alto Katanga, Jeef Mbiya, confirmando que o jornalista está a ser interrogado pelas autoridades em Kinshasa.
Niarchos é um jornalista independente que trabalha para órgãos de comunicação social norte-americanos com o The New Yorker ou o The Nation, entre outros.
O grupo rebelde Mai-mai Bakata Katanga, criado em 2011, é uma milícia que opera na província de Katanga para exigir a sua autonomia e independência do resto do país.
Em setembro de 2020 tentaram conquistar, usando metralhadores Ak-47, machados, flechas e outras armas brancas, a cidade de Lubumbashi, a capital da província de Alto Katanga e a segunda maior cidade da RDCongo, provocando pelo menos 19 mortos.
O sul da RDCongo é a principal zona mineira do país, com mais de metade das reservas mundiais de cobalto, um mineral imprescindível para construir as baterias de todo o tipo de aparelhos eletrónicos.
Nesta área há também reservas de cobre, zinco, magnésio, prata e outo, entre outros minerais.
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