“Mudou de alguma maneira conceitos da restauração quando fez os [restaurantes] Ateliers, num misto entre um balcão de tapas e um balcão japonês, pôs as pessoas todas a comerem ao balcão quando só em alguns países é que isso era mais tradicional”, destacou José Avillez, acrescentando que o chefe francês “tinha restaurantes no mundo inteiro”.

Em declarações à agência Lusa, o chefe de cozinha José Avillez, que foi o primeiro português a conquistar duas estrelas do Guia Michelin, disse que teve a oportunidade de privar duas vezes com Joël Robuchon, uma vez em Lisboa e outra em Paris.

Em Lisboa, foi no restaurante Tavares que José Avillez privou, pela primeira vez, com o chefe francês, tendo-lhe servido uma refeição, mais precisamente o prato Mergulho no Mar.

“Disse que tinha sido um dos melhores pratos que ele tinha comido na vida. Na altura os franceses não estavam habituados a ver muitos outros chefes sem ser franceses, ele gostou tanto do prato que até brincou a dizer: ‘de certeza que o chefe é francês, porque isto está muito bom’”, contou José Avillez.

A segunda e última vez em que os dois chefes de cozinha estiveram juntos foi em Paris, num dos restaurantes de Joël Robuchon, avançou o chefe português.

“Resta-nos agradecer por tudo o que fez à gastronomia e lamentar a morte dele, principalmente junto dos familiares e das pessoas mais próximas”, declarou José Avillez, considerando que o chefe francês era, também, “um homem extraordinário”.

O francês Joël Robuchon, o 'chef' com mais estrelas do guia Michelin no mundo, morreu hoje em Genebra, aos 73 anos, vítima de cancro, anunciaram hoje os serviços de assessoria do cozinheiro.

Robuchon, que contava com 32 estrelas Michelin, tinha sido operado no ano passado a um tumor no pâncreas.

Nascido em 1945 em Poitiers (no oeste de França), Robuchon recebeu várias distinções ao longo da sua carreira, como o título de melhor cozinheiro do século por Gaul & Millau, em 1990.