Fernando Loureiro, que fundou o PURP em 2015 e conseguiu 14 mil votos nas últimas legislativas, falava aos jornalistas no final de uma ação de campanha no Mercado de Alvalade, em Lisboa, onde se fez acompanhar de outros dois militantes.
“Os outros são tantos que chegam em 'charters', mas mais logo”, ironizou o presidente do PURP, referindo-se à pouca participação dos apoiantes do partido nas suas iniciativas.
Com 72 anos, mas cheio de energia, Fernando Loureiro distribuiu folhetos e boa disposição, interpelando as vendedoras de peixe, frutas e legumes relativamente à sua intenção de votos, mas deixando um apelo: “Se não souberem em quem votar, votem em nós, pois se ainda não são reformadas, para lá caminham”.
Intitulando-se de líder do “partido dos reformados”, elegeu os ex-combatentes no Ultramar como a prioridade do PURP e prometeu lutar pelos seus direitos e melhores condições, caso venha a ser eleito.
“Os sucessivos governos são uns alegados terroristas, piores do que a 'Casa Nostra', que nunca lhes deram qualquer apoio, são uns manhosos, mentirosos, desumanos que deixaram estes homens chegar a esta idade sem qualquer reconhecimento”, disse.
Para este meio milhão de homens, o candidato defendeu uma reforma de pelo menos 600 euros e um estatuto que reconheça o que fizeram pela pátria.
“Ainda existe meio milhão, que votem em nós porque seremos uma voz que não nos calaremos na Assembleia da República, mesmo que nos gazeiem”, prometeu.
Em relação aos reformados, o PURP preconiza uma reforma de pelo menos 600 euros e para os trabalhadores um salário mínimo nunca inferior a 800 euros.
A luta de Fernando Loureiro terá nestas eleições um derradeiro combate, uma vez que promete sair, caso não consiga eleger um representante na Assembleia da República.
“Saio porque estou a trabalhar para o boneco e as pessoas não reconhecem o nosso esforço. Eu, com a minha idade, ando todos os dias nisto, eu e estes camaradas. Acha que vale a pena lutar por uma causa que eles não querem? Se eles não querem, paciência, sigam a vida deles”, disse.
E avisou: “Aconteça o que acontecer para mim é a última. Se os camaradas que todos os dias mandam mails, e que dizem isto e aquilo, se não votarem em nós, o que é que eu vou fazer? Vou estar mais quatro anos à espera? Nessa altura terei 75 anos. Vou-me é dedicar à pesca e ao jardim que não tenho ou à praia”.
Comentários