Esta é a principal conclusão do relatório anual sobre a liberdade na internet, produzido pela organização independente Freedom House (FH), apresentado hoje em Washington, capital dos Estados Unidos da América, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE.

“O uso de comentadores pagos e de máquinas políticas para a difusão automática de propaganda governamental teve início na China e na Rússia, mas agora tornou-se global. Os efeitos destas técnicas de disseminação rápida sobre a democracia e o ativismo cívico são potencialmente devastadores”, explica o presidente da FH.

O relatório "Liberdade na Internet 2017" debruça-se sobre o período entre junho de 2016 e maio deste ano e avalia a situação em 65 países, que representam 87% dos internautas do mundo.

"Os governos estão a usar as redes sociais para reprimir a dissidência e promover uma agenda antidemocrática", frisa Sanja Kelly, diretora do projeto "Liberdade na Net".

"Não é só difícil detetar essa manipulação, mas é mais difícil de combater do que outros tipos de censura, como o bloqueio de ‘sites’, porque está disperso, e devido ao grande número de pessoas e máquinas automáticas de propaganda implantados para fazê-lo", acrescentou.

As táticas de manipulação e de desinformação na internet desempenharam um papel importante nas eleições em pelo menos 18 países, incluindo os Estados Unidos, "o que prejudicou a capacidade dos cidadãos de eleger os seus líderes com base em notícias objetivas e debates autênticos", destaca o relatório.

Além disso, "a fabricação de apoio popular nas redes sociais para as políticas governamentais cria um ciclo fechado em que o regime se protege a si próprio, deixando de fora grupos independentes e cidadãos comuns", defende Sanja Kelly.

A manipulação de conteúdos em linha contribuiu, assim, para um sétimo ano consecutivo de declínio geral na liberdade na internet, juntamente com o aumento das interrupções do serviço de internet móvel e o aumento dos ataques físicos e técnicos contra defensores dos direitos humanos e órgãos de comunicação social independentes.

Os governos de um total de 30 países implantaram "alguma forma de manipulação" para distorcer a informação na internet.

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