"Hoje, aqui, vamos quebrar um teto de vidro", garantiu Andrea Nahles, durante um discurso perante o congresso do seu partido em Wiesbaden, no oeste da Alemanha, aludindo ao facto de, pela primeira vez nos seus 154 anos de história, o Partido Social-Democrata (SPD) estar disposto a colocar uma mulher na liderança.
A política recordou o difícil caminho percorrido pelo partido até aceitar entrar numa nova grande coligação com a chanceler Angela Merkel desde a queda do partido nas últimas eleições, em que obteve um mínimo histórico de 20,5%.
"Podemos renovar-nos a partir de dentro da grande coligação", prometeu Andrea Nahles, descrevendo o SPD como "defensor da justiça social" e depois de recordar algumas das conquistas do partido, como a aplicação do salário mínimo interprofissional, conseguida na legislatura anterior, quando era ministra do Trabalho.
Andrea Nahles terminou o seu discurso com um apelo à unidade: "podemos consegui-lo, mas não é coisa para uma só pessoa, mas para todos juntos".
O congresso de Wiesbaden tem como objetivo a eleição da liderança ao SPD, à qual também concorre Simone Lange, menos conhecida, mesmo dentro do seu partido.
Simone Lange apresentou-se como sendo uma "alternativa real" para um partido que, defendeu, "não pode demorar mais tempo” a renovar-se.
Também alertou para a crescente precariedade laboral na Alemanha, pedindo o voto dos delegados no congresso para "combater com determinação" estas situações.
Esta é a primeira disputa entre duas candidaturas vivida pelo SPD desde que, em 1995, Oskar Lafontaine ganhou a presidência a Rudolf Scharping, e o quarto congresso do partido num ano.
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