"Aquilo que propomos é que a Linha Vermelha, que já está muito próxima do Campo Grande, seja prolongada até ao Campo Grande, o que permite aumentar substancialmente a acessibilidade ao aeroporto", disse Manuel Salgado à agência Lusa, após um debate organizado pela Ordem dos Engenheiros, em Lisboa, dedicado à solução de um aeroporto complementar no Montijo que aumente a capacidade aeroportuária na região de Lisboa.
O autarca explicou que o Campo Grande vai servir como um eixo central, acrescentando que os cidadãos ficarão "muito mais perto" do Aeroporto de Lisboa e não terão de fazer "a Linha Vermelha até à Expo, Moscavide", para depois darem a volta e chegarem ao aeroporto.
"Melhora a acessibilidade do aeroporto e melhora a utilização do Metropolitano na cidade de Lisboa", frisou Manuel Salgado.
Questionado sobre quem é que irá custear a obra, o vereador do Urbanismo afirmou que essa questão ainda não está fechada.
"Neste momento ainda está a ser discutido. Parte da ampliação da rede Metro é o próprio Metro que está neste momento a equacionar a forma de a fazer. Não sei. Isto vai valorizar muito o aeroporto. Eventualmente, admito que a própria operadora do aeroporto tenha interesse nesta construção", vincou Manuel Salgado.
O vereador do Urbanismo do município de Lisboa anunciou ainda que o terminal fluvial de Santa Apolónia é o escolhido para fazer a ligação com o Montijo, quando o aeroporto complementar for uma realidade.
"Do estudo que fizemos o local que nos parece mais indicado para o terminal fluvial é em Santa Apolónia. Tem ligação direta ao Metropolitano e tem espaço para acomodar todas as instalações necessárias, seja para depósito de bagagem, seja para, eventualmente, fazer o 'check in' e o 'check out' de passageiros, seja para todos os transportes públicos necessários. No Terreiro do Paço esse espaço não existia" explicou o autarca à Lusa.
Acerca da posição da Câmara de Lisboa quanto à localização do futuro aeroporto complementar ao Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa), - no debate de hoje houve quem defendesse o Montijo e quem estivesse a favor do Campo de Tiro de Alcochete - o vereador defende que qualquer decisão será boa para a capital e para os cidadãos de Lisboa.
"Não nos cabe a nós fazer opções sobre Montijo ou Alcochete. Têm de ser os técnicos a abordar esse tema. Mas para nós, qualquer decisão é boa. O que sabemos é que o aeroporto [de Lisboa] está saturado e ambicionamos que, um dia, Lisboa não tenha de estar sujeita a estes fenómenos de excesso de ruído, poluição do ar e congestionamento que, o aeroporto, tal como hoje está e os acessos que tem, provoca na cidade", sublinhou Manuel Salgado.
Durante o debate, o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal mostrou-se, mais uma vez, contra esta opção que, segundo Rui Garcia, "traduz da parte do Governo a renúncia a uma visão estratégica do futuro", não só da atividade aeroportuária, "como também do ordenamento do território e do desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa.
Por seu lado, o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, reiterou que a escolha da Base Aérea n.º6 no Montijo para a instalação de um aeroporto complementar ao Aeroporto de Lisboa "afirma a coesão territorial da Área Metropolitana de Lisboa" e "garante o reforço do arco ribeirinho sul, pela criação de riqueza e de emprego".
Presente na sessão de abertura do evento, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estimou que este ano e em 2018 sejam concretizados os estudos ambientais e a negociação com a ANA, e a construção do futuro aeroporto no Montijo possa arrancar em 2019.
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