De acordo com o plano de desenvolvimento operacional da rede, apresentado em maio do ano passado, está prevista uma ligação da estação do Rato (atual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com duas novas estações na Estrela e em Santos.

Contudo, o atual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá, segundo o novo plano, sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde).

Assim, segundo o novo plano, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes atuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária-Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajeto circular.

Esta ideia voltou a ser reforçada há uma semana, no parlamento, pelo presidente da administração do metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, que defendeu o projeto de encurtamento da Linha Amarela e a aposta na construção de uma Linha Circular.

"A Câmara Municipal de Odivelas tem razões objetivas e fundamentadas para reconhecer que o encurtamento da linha do Metro é uma visão errada. Iria retirar toda a atratividade e o interesse nesta linha", afirmou à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS).

O autarca sublinhou que, a concretizar-se o encurtamento da Linha Amarela(Odivelas-Campo Grande), os utentes de concelhos limítrofes irão optar por levar o automóvel para dentro da cidade de Lisboa.

"Existe um grande conjunto de viaturas que agora ficam estacionadas ou junto ao metro de Odivelas ou no Senhor Roubado. Se essa ideia for para a frente passam a levar os carros, pelo menos, até ao Campo Grande", alertou.

Hugo Martins recorreu ao exemplo de um utente que entre no Metro em Odivelas com destino à Cidade Universitária ou ao Marquês de Pombal e que terá de passar a fazer transbordo na estação do Campo Grande.

"Levarão muito mais tempo a fazer o seu trajeto, para o trabalho ou para a faculdade. Como consequência, muitos acharão que será mais rápido ir de carro. Julgo que esta perspetiva de encurtamento é mesmo uma visão errada", reiterou.

Nesse sentido, o autarca defendeu que a solução "mais acertada" seria uma partilha da Linha Amarela com a Verde, com o anel circular

"Trata-se de uma situação que se verifica em muitos metros de cidades europeias. É preciso ver se é tecnicamente possível", apontou.