O dirigente do país báltico, que tem fronteiras tanto com a Rússia como com a Bielorrússia e será o anfitrião de uma cimeira da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) no próximo mês, falava após uma reunião do conselho de segurança lituano dedicada à rebelião armada abortada do grupo Wagner contra o Kremlin.

Depois de Prigozhin ter dado ordens às suas tropas para se retirarem no sábado, Moscovo anunciou que o líder do grupo paramilitar abandonaria a Rússia com destino à Bielorrússia e que não seria alvo de qualquer processo judicial, nos termos de um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

“Se Prigozhin ou uma parte do grupo Wagner se encontrar na Bielorrússia sem planos ou intenções definidos, isso significa simplesmente que deveremos reforçar a segurança das nossas fronteiras orientais”, sustentou Gitanas Nauseda em declarações à imprensa.

“Hoje, não estou apenas a falar da Lituânia, mas obviamente de toda a NATO”, acrescentou.

O chefe de Estado lituano precisou que o seu país vai colocar mais meios ao dispor dos serviços secretos para que estes avaliem os “aspetos políticos e de segurança da Bielorrússia”.

Indicou igualmente que a Lituânia continua a planear acolher a cimeira da Aliança Atlântica em julho e que as medidas de segurança que rodeiam o evento não necessitam de alterações devido aos recentes acontecimentos na Rússia.

Nauseda considerou também que, após a tentativa de rebelião armada do grupo Wagner, o Presidente russo, Vladimir Putin, enfrentará ainda maiores dificuldades, acrescentando: “O rei vai nu”.

Apesar de ter durado menos de 24 horas, a rebelião do grupo de mercenários russo Wagner constituiu a mais grave crise de segurança na Rússia e o maior desafio que Putin teve de enfrentar desde que chegou ao poder, no final de 1999.