No debate que hoje decorre no parlamento da moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega, o deputado único do Livre, Rui Tavares, afirmou que “esta é a chaga do populismo” que é “desvalorizar as palavras, os gestos políticos e os próprios atos parlamentares”.
Rui Tavares recordou que o Chega tinha um outro debate marcado sobre os direitos das crianças, motivado por uma tragédia ocorrida em Portugal, acusando o partido de André Ventura de ter visto passar “um objeto mais reluzente à sua frente” e ter decidido abandonar esse tema.
“É um pouco como um miúdo à frente de uma consola que tenha muitos botões: é preciso carregar em todos, se houver um que diga perigo é o primeiro que tem que carregar. O próprio perigo do populismo não está no oportunismo do populismo, esse já é bem conhecido, está na complacência das maiorias e dos políticos tradicionais”, avisou, uma intervenção na qual mereceu palmas da bancada do PS.
O deputado do Livre desafiou António Costa para que, no debate do Estado da Nação, deixe claro qual é o seu plano e a missão do país para a década, uma vez que é preciso responder à pergunta: “como é que Portugal, na próxima década, tem que se reinventar?”.
Também a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, garantiu que o partido “não alinha em meros números políticos”, considerando que esta moção é ineficaz já que não vai responder a qualquer dos desafios que o país enfrenta.
“O PAN não alinha com golpes de propaganda, golpes esses coincidentes com o congresso do PSD. Aquilo que o senhor aqui veio fazer foi um favor a António Costa, foi reforçar naquilo que é a muralha da maioria absoluta uma rejeição”, disse Inês Sousa Real a André Ventura.
Para a deputada do PAN, “esta moção de censura é pura maquilhagem”, deixando claro que o partido “não concorda e vê com preocupação o desnorte que o Governo tem demonstrado”.
“A solução passa por um Governo que, saindo do alto da sua maioria absoluta, seja mais dialogante com toda a oposição e não procure apenas estender a mão do PSD na costumeira bipartidarização”, apelou.
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