Em entrevista à CMTV, Luís Filipe Vieira garantiu hoje que nunca lesou o clube a que presidiu.
"De certeza absoluta, nunca roubei o Benfica", disse, acrescentando que "o Benfica se calhar roubou-me muito da minha vida familiar e empresarial".
Luís Filipe Vieira, afastado do clube após a detenção no âmbito da operação "cartão vermelho" diz que passou "12 anos por burlão no caso BPN" e espera agora também ser "inocentado em vida, não em morto. Têm de provar que fiz o que quer que seja, ou que não fiz", reiterou.
O ex-presidente do Sport Lisboa e Benfica considera ser um "bode expiatório": "parece que saiu uma lista e fui escolhido para ser um bode expiatório para muita coisa. Já disseram que ia ser o bombo da justiça", acrescentou.
Recorde-se que no dia 7 de julho de 2021 Luís Filipe Vieira foi detido no âmbito da investigação ‘Cartão Vermelho’, em que foi indiciado por burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
Num inquérito que visa negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado e sociedades, o juiz de instrução Carlos Alexandre colocou Vieira em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, acabando por levar à renúncia do empresário à presidência do Benfica, que ocupava desde 2003.
Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Sport Lisboa e Benfica, é considerado suspeito de recebimento indevido em 55 negócios de transferência do clube da Luz. Em causa estão compras e vendas de jogadores entre 2012 e 2020, uma série de negócios que geraram, no total, mais de 10 milhões de euros em comissões.
Segundo noticia a revista Sábado [acesso pago], que segue informação de um relatório da Autoridade Tributária (AT) no processo da operação Cartão Vermelho, estas comissões foram pagas a empresários - sobretudo a quatro: Bruno Macedo, Ulisses Santos, Isidoro Gímenez e Giuliano Bertolucci - que não tiveram intervenção nos negócios (contam-se entre as transferências citadas as de Raúl de Tomás, Talisca, Julian Weigl, Haris Seferovic, Axel Witsel ou Pedrinho).
De acordo com a CNN Portugal, que teve acesso ao mesmo relatório da AT, o inspetor tributário Paulo Silva e o procurador Rosário Teixeira consideram que os quatro agentes citados são pessoas próximas do ex-presidente do Benfica, envolvidas nos 55 negócios sob investigação, e encontram ainda como padrão o facto de recorrerem aos mesmos métodos de recebimento das comissões, em sociedades no estrangeiro.
A investigação considera que os agentes podem ter funcionado como peças chave num esquema que terminava em Vieira. Ou seja, o dinheiro circulava até, de forma encapotada, a grande fatia da comissão ficar com o antigo dirigente encarnado.
Rui Costa foi também referido nesta entrevista à CNN, com Vieira considerar que houve "uma deselegância" da parte do atual dirigente encarnado quando "quando tomou posse pela primeira vez, quando eu estava detido".
"Podia ter divergências profissionais com ele, como tínhamos muitas, mas na relação pessoal gostava muito dele", referiu.
Assumindo-se magoado, Vieira diz que nunca mais teve contacto com Rui Costa.
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