“Depois das eleições autárquicas de outubro e da vitória do PS em Matosinhos é, agora, importante ter um projeto para o próprio PS de Matosinhos que partilhe dos objetivos que temos para o território, um projeto, à semelhança daquele que apresentei para a câmara, de convergência e unidade”, disse hoje à Lusa a autarca, momentos antes da apresentação da candidatura no Mercado de Matosinhos.
Luísa Salgueiro referiu querer um partido que “chame” todos aqueles que se reveem nos valores socialistas para, em conjunto, trabalharem pelas causas do PS e do concelho de Matosinhos, no distrito do Porto.
“O concelho precisa de um partido socialista forte e unido que ponha em primeiro lugar as preocupações de todos, o que não tem acontecido nos últimos anos”, frisou.
Para a socialista, o PS de Matosinhos tem de se “reencontrar” e voltar a ser o PS “forte” que foi durante muitos anos.
Nos últimos quatro anos, a concelhia esteve “muito fechada” na sua sede e nos seus problemas, considerou, sublinhando que é fundamental ser “mais próxima”.
Por esse motivo, Luísa Salgueiro salientou que esta sua candidatura se centra na “união, inovação e qualificação”, tal como aconteceu na sua candidatura à autarquia.
“Quero dar mais qualificação e competências aos militantes, mais capacidades de intervenção política e criar maior proximidade entre dirigentes e militantes de base e entre o partido e a comunidade”, adiantou.
Sobre o atual líder da concelhia, Ernesto Páscoa, que não apoiou a sua candidatura à presidência da câmara, Luísa Salgueiro revelou que este lhe enviou hoje um voto de felicidade.
Este ano, o processo de escolha do candidato do PS não foi pacífico, com a Distrital a não ratificar a decisão da Concelhia de designar o seu presidente, Ernesto Páscoa, como candidato àquela autarquia.
Esta situação levou Ernesto Páscoa a impugnar judicialmente as listas do partido à câmara local, lideradas por Luísa Salgueiro, considerando que a escolha da candidata "violou os estatutos".
Também, o ex-presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos pelo PS António Parada, que em 2009 foi candidato à presidência do município pelo partido, desfiliou-se do PS por não concordar com a escolha de Luísa Salgueiro, candidatando-se como independente.
No passado mês de outubro, cerca de 150 ex-militantes do PS/Matosinhos, cuja maioria abandonou o partido em 2013 para integrar uma candidatura independente à autarquia, voltaram a filiar-se.
Em 2013, Guilherme Pinto, que em 2009 havia ganho as eleições autárquicas pelas listas do PS, desfiliou-se do partido após 37 anos de militância e concorreu e venceu como independente, levando consigo a maioria destes 150 militantes.
A rutura prendeu-se com o facto de, nesse ano, a concelhia do PS/Matosinhos ter escolhido o seu líder e presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, António Parada, como candidato, depois de Guilherme Pinto ter manifestado disponibilidade para se recandidatar ao cargo, mas recusando disputar eleições diretas dentro do partido.
Ao vencer como independente, Guilherme Pinto conseguiu, pela primeira vez, “roubar” a câmara ao PS, partido no qual se voltou a filiar em janeiro de 2016, dias antes de morrer.
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