Embora se desconheça a agenda exata de contactos, por oposição à primeira rodada, o mandatário de centro-direita já descartou a possibilidade de se voltar a reunir com o partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI) e com a extrema direita de Marine Le Pen e os seus aliados.
O pequeno grupo parlamentar centrista LIOT abriu esta segunda rodada de negociações com partidos e "personalidades", na qual também está previsto participarem os líderes do partido da direita tradicional Os Republicanos (LR).
Os líderes socialista, ecologista e comunista, aliados da LFI na coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), anunciaram, no entanto, que não participarão, depois de Macron se ter recusado a nomear a candidata à primeira-ministra da NFP, a economista Lucie Castets.
Como principal bloco oriundo das eleições legislativas realizadas há dois meses, ainda que distante da maioria absoluta, a NFP considera que cabe a si formar o governo, mas Macron rejeitou essa possibilidade na segunda-feira em nome da "estabilidade institucional".
O socialista Olivier Faure denunciou na televisão France 2 "uma paródia de democracia", enquanto a ecologista Marine Tondelier considerou na rádio Franceinfo que o presidente está "em plena deriva iliberal".
A LFI, ao lado de organizações estudantis, convocou uma "grande manifestação contra o golpe" de Macron para 7 de setembro, na primeira semana de regresso às aulas em França após as férias de verão.
O presidente francês convocou eleições legislativas de maneira inesperada a 30 de junho e a 7 de julho, quase três anos antes do previsto, com a expectativa de um "esclarecimento" do panorama político após a vitória da extrema direita nas eleições europeias.
Mas o resultado mergulhou França num bloqueio político. Os três blocos surgidos das eleições - esquerda, centro-direita e extrema direita - ficaram longe da maioria absoluta de 289 deputados.
A aposta de Macron, cujo mandato termina em 2027, é partilhar o Poder Executivo com um governo apoiado pela situação e pela direita, mas que necessitaria também do apoio do setor mais moderado da NFP ou da abstenção da extrema direita.
O presidente não pode voltar a dissolver a Assembleia (Câmara Baixa) até julho de 2025.
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