Criada em 1977, a maior estrutura de defesa dos direitos dos estudantes continua a trabalhar graças a uma gigantesca equipa de voluntários que não se conhece: são os pais e encarregados de educação que aceitam dar um pouco do seu tempo depois de um dia de trabalho.
“São milhares de pais um pouco por todo o país”, resume o atual presidente da Confap, Jorge Ascensão.
Nos registos da confederação aparecem associadas cerca de duas mil organizações mas apenas 500 têm a situação regularizada, segundo dados avançados por Jorge Ascensão. Cada associação paga cinco euros anuais para pertencer à confederação.
“Não podemos pedir mais. Não podemos pedir aos pais que paguem quotas para fazer voluntariado”, explicou o presidente, que este fim-de-semana participa nas cerimónias comemorativas dos 40 anos de existência da Confap.
Na década de 70, as maiores preocupações da Confap estavam relacionadas com as más condições físicas das escolas e com o facto de “nem todas as crianças estarem na escola”, recordou Jorge Ascensão.
Nos últimos anos, começaram a preocupar-se mais com problemas associados ao ensino, como os manuais, os currículos das disciplinas demasiado carregados ou as atividades de tempos livres.
A Confap gostaria de ver os alunos menos tempo na sala de aula e tem trabalhado para que haja alterações no acesso ao ensino superior ou no ensino articulado, “para que as crianças que gostam de música, dança ou desporto não tenham que ficar na escola até de noite”, explicou Jorge Ascensão.
“Nós somos ouvidos (pelos decisores políticos) no que toca a políticas educativas mas muitas vezes as nossas opiniões não são tidas em conta”, lamentou.
Para Jorge Ascensão a Confap tem pouca força por falta de participação dos pais: “Se eu conseguisse pôr um milhão de pais na rua teríamos mais força. Mas não temos a força de uma Fenprof ou de uma FNE, que consegue mobilizar milhares de professores”.
Segundo Jorge Ascensão, só no ano passado os 21 dirigentes da Confap percorreram mais de 60 mil quilómetros do norte ao sul do país e muito ficou por fazer.
“Este é um movimento associativo que não tem nada. Tem apenas a nossa vontade e o nosso esforço. A nossa sede são as escolas e por vezes sentimos que não nos querem lá”, lamentou o presidente da Confap, Jorge Ascensão.
Ter a escola aberta durante mais horas para ajudar as famílias, que deixaram de contar com o apoio dos avós, foi uma das batalhas bem sucedidas da Confap, que tem muito mais medidas que gostaria de ver aplicadas nas escolas.
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