De acordo com o abaixo-assinado, os eurodeputados instaram o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a garantirem que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) continua a desempenhar o “papel insubstituível” de ajuda humanitária diária à população palestiniana, especialmente na Faixa de Gaza.
Recordando as palavras do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, os 108 eleitos insistem que é preciso assegurar que a UNRWA recebe as contribuições todas que estavam previstas, apesar das suspeitas, levantadas por Israel, de que houve envolvimento de alguns funcionários nos atentados perpetrados pelo movimento islamita Hamas em outubro de 2023, em várias partes do território israelita.
Em entrevista à Lusa, divulgada na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, também instou a Comissão a fazer a contribuição que está prevista para o final do mês, considerando que “é fundamental”.
O executivo comunitário recusou responder hoje se vai fazer a contribuição, no final do mês.
“O que posso dizer é que continuam discussões construtivas com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente [UNRWA], não vamos especular sobre contribuições [a esta organização]. Deixámos claro que a ajuda humanitária vai continuar e só está prevista uma contribuição no final do mês, ainda não é altura de falar sobre isso”, disse a porta-voz da Comissão para as Parcerias Internacionais Ana Pisonero, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
A sete dias do final de fevereiro, a Comissão Europeia ainda não decidiu se vai ou não fazer a contribuição de cerca de 82 milhões de euros que tem prevista para a UNRWA.
Ana Pisonero referiu que a ajuda humanitária prestada pelo executivo comunitário vai continuar, referindo-se às outras organizações que a União Europeia apoia no terreno.
O bloco comunitário é o maior garante de apoio humanitário à população palestiniana.
A UNRWA está a fazer um inquérito, na sequência de uma acusação feita por Telavive, para apurar o envolvimento de um grupo de funcionários da organização no atentado de 07 de outubro, perpetrado pelo movimento islamista Hamas em várias partes do território israelita.
Em simultâneo, está a ser feito um inquérito independente conduzido pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa Catherine Colonna.
A suspeita levou vários países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, a suspender a ajuda à agência da ONU, enquanto Portugal anunciou, no início do mês, uma doação especial de um milhão de euros à UNRWA.
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