“Os ‘blackouts’ continuavam esta noite [sexta-feira] na maioria das regiões e em Kiev. Mais de seis milhões de lares no total”, em comparação com quase 12 milhões na quarta-feira, o dia em que ocorreu o bombardeamento russo em massa, sublinhou Zelensky no seu habitual discurso noturno diário publicado nas redes sociais.
Kiev, com cerca de 600.000 casas sem eletricidade à noite, e a sua região, assim como as províncias de Odessa (sul), Lviv, Vinnytsia (oeste) e Dnipropetrovsk (centro-leste), são as mais afetadas pelos cortes, acrescentou o governante.
Zelensky voltou a apelar aos ucranianos para que economizem eletricidade nas áreas onde a energia foi restaurada.
A estratégia de Moscovo de bombardear instalações energéticas, seguida desde outubro num cenário de recuos militares, é considerada “crime de guerra” pelos aliados ocidentais da Ucrânia e qualificada como um “crime contra a humanidade” pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Rússia, por seu lado, afirma visar apenas infraestruturas militares e atribui os cortes de energia aos disparos das defesas aéreas ucranianas.
O chefe de Estado ucraniano visitou Vyshgorod, um cidade a norte de Kiev, onde os ataques causaram seis mortos e dezenas de feridos na quarta-feira.
As autoridades ucranianas estimam que cerca de 50% das instalações de energia da Ucrânia foram danificadas nos recentes ataques.
A eletricidade está parcialmente restaurada e “o sistema energético está mais uma vez ligado ao sistema energético da União Europeia”, explicou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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