“Em relação às chamadas ‘fake news’ [notícias falsas], além dos aspetos de prevenção que podem passar pelas grandes plataformas da Internet, acreditamos que a melhor maneira de combater as notícias falsas, mais que pela sua supressão, passa sim pela produção de mais notícias verdadeiras, o que implica necessariamente o fortalecimento dos jornais, do jornalismo e dos jornalistas, além de um maior nível de literacia mediática”, disse Luís Filipe Castro Mendes.

O governante falava na conferência do Dia Nacional da Imprensa, que hoje debate “O papel e o digital: que modelos de negócio” e “‘Fake news': como manipular a Internet”, organizado pela Associação Portuguesa de Imprensa (API) e que decorre em Lisboa.

“É nesse contexto que se explica a nossa decisão de assinar recentemente um protocolo com o CENJOR direcionado à formação dos órgãos de comunicação social locais e regionais e à promoção da literacia mediática e é nesse contexto também que se explica o destaque e a importância que demos à Lusa”, prosseguiu o ministro da Cultura, que tutela a comunicação social.

“Atualmente a Lusa, cada vez o maior difusor de notícias em Portugal, através do contrato de prestação de serviços celebrado com o Estado, tem um projeto que valoriza o jornalismo que a caracteriza e a missão pública que lhe está atribuída, que se define por um jornalismo independente, pluralista, isento e rigoroso, cada vez mais importante e fundamental numa época caracterizada pelas ‘fake news” e o conceito de pós verdade”, acrescentou.

“Depois de anos de carência em que viu os seus recursos completamente exauridos este Governo proporcionou à Lusa financiamento adequado e estável, atribuindo-lhe uma indemnização compensatória com um aumento de 20,3% face a 2015, atribuída a três anos, aumento que nesta magnitude não se verificou em mais nenhuma entidade ou empresa pública neste país”, salientou Luís Filipe Castro Mendes.

O governante salientou que, “tendo em conta que grande parte da informação recebida pelos cidadãos é veiculada pela comunicação social e pela imprensa” em particular, quer nacional, quer local e regional, “torna-se evidente a sua importância para a subsistência do nosso sistema político democrático”, disse.

“Para comprovar se as nossas democracias respondem ao que delas se espera, devemos verificar o estado da informação de interesse geral nos nossos países e perguntarmo-nos se como cidadãos recebemos informação apropriada e suficiente para formarmos juízos fundamentados sobre a vida pública, a sua gestão e a sua orientação”, considerou o ministro.

“Entendemos o papel da imprensa como crucial para a subsistência do nosso sistema democrático, pelo que o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos, nem discriminações, com rigor e isenção no respeito pelo pluralismo, continuará a ser um aspeto fundamental da ação deste Governo”, concluiu.