1. Agora que os jovens ativistas ambientais têm a vossa atenção, querem ação
O dia de segunda-feira foi dedicado àqueles que mais serão afetados pela crise ambiental: os jovens. Os temas cobriram desde as ações climáticas estudantis ao papel que a geração mais jovem pode ter nas eleições americanas de novembro. A este dia deu-se o nome de “#YouthTakeoverDay”.
Numa reportagem da KCET, Colleen Hagerty escreve sobre vários momentos virais nas redes sociais protagonizados por jovens que chamaram à atenção de todos. Destaca “uma foto de uma rapariga com uma camisola, a faltar às aulas para se sentar à frente de um prédio do governo na Suécia com um cartaz simples: “Skolstrejk för Klimatet” (Greve Escolar pelo Clima). O nome de Greta Thunberg diz-vos alguma coisa? Este foi um dos momentos que mostrou ao mundo uma nova forma de considerar a crise climática: pelos olhos dos jovens.
As redes sociais tornam-se uma ferramenta para o combate às mudanças climáticas e o movimento da greve climática global de setembro de 2019 foi prova disso, ao atrair cerca de quatro milhões de pessoas para marchar nas ruas, por toda a parte do globo. Ainda hoje os jovens se continuam a fazer ouvir: nesta sexta-feira a greve escolar pelo clima continuou, com um mistura de ações físicas e virtuais.
Para ler na íntegra em KCET
2. Negacionista das alterações climáticas descobriram uma lacuna no Facebook e estão a usá-la para espalhar fake news
Foi descoberta uma lacuna no Facebook que permite que informações falsas circulem na rede social sem serem verificadas. E os negacionistas das alterações climáticas estão a usá-la para promover conteúdo falso sobre o clima, relata o NowThis.
Em 2019, o Facebook uniu-se a uma organização científica independente para que conteúdos virais passassem pelo processo de fact-check. Previamente neste ano, cinco cientistas denunciaram uma publicação de uma organização ligada à administração de Trump sobre o falhanço dos modelos climáticos como informação incorreta, mas pouco depois descobriram uma lacuna que retirava a avaliação como “conteúdo pouco credível” das publicações. Após ser dada a avaliação, se o conteúdo fosse recategorizado como opinião, voltaria a estar disponível sem qualquer tipo de sanção.
Sambhav Sankar, vice-presidente, com um papel executivo na vertente de Programas da organização ambiental Earthjustice, explica que “ao permitir que informação falsa seja categorizada como opinião está a ser criada uma dicotomia perigosa entre a forma como o Facebook lida com a informação publicada sobre ciência climática e a informação publicada sobre a Covid-19”.
Para ver na íntegra em NowThis
3. Maioria dos eleitores americanos são fortemente a favor da ação climática, revela sondagem do Guardian e da Vice
Novas pesquisas mostram que uma vasta maioria dos eleitores americanos querem ações decisivas para lidar com as ameaças representadas pelo aquecimento global, reforçando a ideia de que a crise climática será um fator significante nas eleições presidenciais dos Estados Unidos neste ano.
Sete em cada 10 eleitores apoiam a ação do governo para enfrentar a crise, com três quartos a exigir 100% de eletricidade a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, dentro de 15 anos. Além disso, também os jovens republicanos aceitam menos a inação de seu partido, de acordo com a sondagem realizada pelo The Guardian em parceria com a Vice.
Quase dois terços dos inquiridos disseram que mais provavelmente votariam num candidato presidencial que apoia a transição total para energia limpa, e inclusive sete em cada 10 eleitores apoiam a participação dos EUA no acordo climático de Paris, que compromete os países a combater o aquecimento perigoso. Dois terços disseram que o clima deve ser uma prioridade para quem quer que vença a eleição.
Para ler na íntegra no The Guardian
4. Um guia imparcial para as eleições americanas: Donald Trump VS Joe Biden
Numa peça do The Nation, o diretor executivo da Covering Climate Now Mark Hertsgaard redigiu um guia com vários tópicos sobre a posição de cada candidato e/ou partido no que toca a propostas climáticas e o impacto que isso terá nos EUA, de modo a informar os eleitores americanos no contexto das eleições que irão acontecer em novembro.
Com o aumento de catástrofes naturais em alguns estados, como Florida (incêndios e furacões), Texas (tempestades e secas), Michigan (cheias) e Arizona (ondas de calor e secas), a crise climática será um fator decisivo nestas eleições.
Algumas das questões incluídas passam por perceber se a Casa Branca irá mudar para uma política mais verde, caso Biden seja eleito; se um Novo Acordo Verde (“Green New Deal”) será aprovado e colocado em vigor, com uma maior representação democrática no Senado; e também se estas eleições poderão ser um propulsor da mudança de hábitos poluentes para um futuro mais ecológico.
Para ler na íntegra em The Nation
5. Esta técnica de solo revolucionária pode salvar a agricultura e o clima
Depois da tempestade tropical Isaias ter passado pelos Estados Unidos, no início de agosto, o rastro de destruição em vários estados foi grande. Mas, numa quinta em Long Island, Nova Iorque, nada parecia ter acontecido e várias filas de folhas de mostarda continuavam a desabrochar. Porquê? Alexander C. Kaufman explica numa reportagem do Huffpost.
Nos últimos quatro anos, Patty Gentry, proprietária da quinta, transformou dois hectares de terra invadidas pelo lixo em uma quinta orgânica lucrativa, apostando bastante no solo. Alguns testes que realizou no solo revelam que a produção é agora sete vezes maior do que quando começou. Em vez de bombear as safras com pesticidas e fertilizantes petroquímicos, Gentry cultiva ervilhaca, uma planta resistente parecida com ervilha, e centeio para cobrir o solo exposto entre as fileiras de verduras destinadas à colheita. Cobria ainda o solo com pó de rocha extraído que repõe os minerais e extrai o carbono do ar. E na primavera e no verão, usa um sistema de rotação de culturas - alternando onde diferentes safras são plantadas - para que as necessidades de nutrientes de uma planta não drenem o solo. Estas práticas são conhecidas coletivamente como agricultura regenerativa.
Para ler na íntegra em Huffpost
Por cá: Manifestação climática quer “ocupar” o Marquês de Pombal. Ativistas querem ser os “anti-corpos” da crise climática
No próximo dia 5 de outubro, o coletivo pela justiça climática Climáximo quer “ocupar o Marquês de Pombal” numa ação de desobediência civil. Nem o dia nem o local escolhidos foram aleatórios. Ali se iniciou a revolução que levou à Implantação da República em 1910.
“A doença que vivemos agora não é só a Covid-19. A sociedade está doente, o planeta está doente”, disse o membro do Climáximo André Ferreira ao SAPO24. Os ativistas dizem ser os “anticorpos” que irão “descontaminar a economia para regenerar vida”. No manifesto lançado pelo grupo pode ser lido que o vírus em causa é a “maximização do lucro e de todos os sistemas sociais que alimentam a discriminação entre e dentro dos povos”.
O ativista pelo clima afirma que o sistema económico atual é um “multiplicador de crises” e que “esta crise de saúde pública vai (e já está) a gerar uma crise económica que, por sua vez, vai gerar uma crise social”.
O grupo tem várias reivindicações, entre elas a da neutralidade carbónica até 2030. Algumas das propostas do coletivo passam ainda pela reconversão do setor poluente em energia renovável.
O manifesto tem atualmente mais de 150 assinaturas e André Ferreira garante que haverá uma equipa, da qual faz parte, responsável por fazer cumprir as medidas de segurança recomendadas pela DGS.
Esta ação está inserida numa onda de mobilizações a nível europeu intitulada "Climate Care Uprising", que irá culminar na assinatura do acordo Glasgow: um compromisso internacional entre mais de 50 organizações pela justiça climática para cortar as emissões de forma a manter o aquecimento global debaixo dos 1.5ºC. Em Portugal, o movimento abrangerá três manifestações: a greve climática estudantil de hoje, a ação de desobediência civil Anticorpos no dia 5 de outubro e a manifestação Resgatar o Futuro, Não o Lucro no dia 17 de outubro.
Seleção e edição por Larissa Silva
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