Segundo Beatriz Xavier, uma das porta-voz do movimento Greve Climática Estudantil de Lisboa, os 11 estudantes que ficaram na esquadra até às 16:00 de hoje não foram ao Campus de Justiça, conforme avançava um comunicado do movimento enviado hoje à Lusa.

A porta-voz revelou que os 11 estudantes vão ser presentes a um juiz juntamente com os outros 13 estudantes detidos nas manifestações de sexta-feira.

Os jovens serão ouvidos por um magistrado do Campus de Justiça, pelas 10:00 de segunda-feira.

Segundo uma nota de imprensa do grupo Greve Climática Estudantil de Lisboa enviada à Lusa, foram detidas 24 jovens na sexta-feira em manifestações pelo fim dos combustíveis fósseis.

Dos 24 manifestantes, 11 jovens passaram a noite no Comando Metropolitano de Lisboa e estava previsto serem presentes hoje, pelas 10:00, a um juiz.

O grupo refere que dez estudantes foram constituídos arguidos por desobediência, “após fazerem um 'sit-in' no Ministério das Infraestruturas”.

O outro estudante foi constituído arguido “por resistência ou coação à polícia”, lê-se no comunicado.

“O Governo prefere continuar a enviar polícia para reprimir e agora agredir estudantes do que se comprometer a um plano compatível com a ciência para assegurar o nosso futuro”, afirmou Beatriz Xavier, porta-voz da onda de ações pelo fim aos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, citada na nota de imprensa.

A jovem acrescentou que manter as jovens na esquadra durante a noite “parece ser apenas mais uma forma de o sistema" as "tentar intimidar”.

“Não vão ser bem sucedidos, porque sabemos que estamos a lutar pelas nossas vidas. Estamos do lado certo da história, não podemos parar”, rematou.

Cerca de 50 jovens ativistas concentraram-se na manhã de sexta-feira no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois “engenhos pirotécnicos” e um saco com tintas.

O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.

Realizaram-se ainda manifestações noutros locais.

Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal.