"Parece que pela terceira vez o VVD é o maior partido da Holanda", constatou Mark Rutte, líder do partido mais votado nas eleições parlamentares holandesas desta quarta-feira, 15 de março.
"A nossa mensagem para os Países Baixos - de que vamos manter o nosso percurso, e manter o país seguro e estável - chegou às pessoas", celebrou atual primeiro-ministro, que entrou na sala vitorioso ao som de 'Uptown Funk', de Bruno Mars.
"Tenho muitos colegas europeus em linha. Esta é uma noite em que a Holanda, depois do Brexit e de Trump, disse 'basta do tipo errado de populismo'", acrescentou.
Mark Rutte é líder do partido de centro direita VVD, que, segundo as sondagens à boca da urna, conquistou 31 deputados (em 150) nas eleições parlamentares desta quarta-feira.
Rutte, num discurso perante os seus apoiantes esta noite, caracterizou ainda este sufrágio como um "festival da democracia".
Sem se dar por vencido, Geert Wilders, principal opositor de Rutte e líder do partido de extrema-direita PVV, reagiu à derrota com uma mensagem para o adversário: “Ganhámos deputados! Essa é a primeira vitória! Rutte ainda não se livrou de mim!”, escreveu no Twitter.
Também Martin Schulz, antigo presidente do Parlamento Europeu e agora candidato às eleições federais alemãs que se realizam em setembro deste ano reagiu no Twitter dizendo-se "aliviado" com o resultado.
"Geert Wilders não conseguiu ganhar. Estou aliviado. Mas precisamos de continuar a lutar por uma Europa aberta e livre", escreveu.
A chanceler alemã Angela Merkel felicitou Mark Rutte e o seu partido. Segundo o seu porta-voz Steffen Seibert, Merkel ligou ao líder do VVD para lhe dar os parabéns. "Não vejo a hora de trabalhar consigo como amigos, vizinhos e europeus", disse a chanceler alemã ao primeiro-ministro holandês, cita o The Guardian.
Milhões de holandeses foram hoje às urnas, numa eleição marcada por uma participação que deverá aproximar-se do recorde.
Vinte e oito partidos concorreram a estas eleições, entre os quais se destacam, além da direita de Rutte e da extrema-direita de Wilders, os democratas-cristãos, os liberais pró-europeus D66 e a Esquerda Verde. Em "disputa" estavam 150 assentos parlamentares.
A televisão pública NOS anunciou que o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, de direita) deverá conquistar 31 dos 150 lugares no parlamento, enquanto Wilders e o seu Partido da Liberdade (anti Islão) deverá eleger 19 deputados, tantos quanto o Apelo Democrático Cristão e o partido Democracia D66.
Caso estes resultados se confirmem, Rutte terá perdido nove lugares no parlamento, mas mesmo assim deverá conseguir formar uma coligação, voltando-se para os dois outros partidos que terão conquistado tantos lugares quanto o partido de Wilders.
O discurso incendiário de Wilders prometia encerrar as fronteiras holandesas a imigrantes muçulmanos, fechar mesquitas, impedir vendas do Corão (o livro sagrado do Islão) e sair da União Europeia, caso ganhasse as eleições de hoje.
Jogando o trunfo do crescimento económico e estabilidade do país, Rutte prepara-se para um terceiro mandato à frente do Governo da Holanda – uma das maiores economias da Zona Euro e um membro fundador da UE.A gestão que o primeiro-ministro fez da crise diplomática com a Turquia nos últimos dias – impedindo um ministro turco de viajar para o país e expulsando outro – parece ter favorecido a sua imagem.
A eleição holandesa é vista por analistas como um importante indicador do comportamento dos eleitores quanto aos movimentos populistas, depois do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia e da eleição de Donald Trump para a Casa Branca e a poucos meses das presidenciais em França (abril e maio) e das legislativas na Alemanha (setembro).
Na terça-feira, Wilders recebeu o apoio da candidata presidencial francesa, Marine Le Pen (extrema-direita), que lhe chamou “um patriota”.
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