De acordo com a direção-geral da polícia espanhola, foram detidas 17 pessoas naquele país, 14 das quais menores de idade que partilhavam material pedófilo de extrema violência num ‘chat’ da rede social WhatsApp, anexando ‘emoticons’ e outras animações às imagens de abusos sexuais a crianças muito pequenas.
A maior parte dos suspeitos — cuja idade média é de 22 anos — tinha os telemóveis em nome dos pais, pelo que estes também foram investigados.
A operação, designada como ‘Chemosh’, durou 26 meses e foi realizada pela Unidade Central de Crimes Cibernéticos da Polícia Nacional espanhola, em colaboração com a Interpol, a Europol e as forças policiais da Costa Rica, Equador, França, Guatemala, Índia, Itália, Paquistão, Peru, Reino Unido e Síria.
As investigações começaram na sequência de informações enviadas por um anónimo para o e-mail denuncias.pornografia.infantil@policia.es, que alertavam para a existência de um grupo de Whatsapp, formado por menores de idade, no qual vários participantes tinham considerado normal a existência de pedofilia e abusos sexuais a outros menores.
Em algumas das conversas de WhatsApp estavam também envolvidos pedófilos estrangeiros adultos que trocavam material, o que dificultou as investigações, referiu a polícia.
Segundo a Polícia Nacional espanhola, a operação ‘Chemosh’ começou inicialmente para travar a pornografia infantil em ‘chats’ de língua espanhola, mas também para impedir que jovens espanhóis entrassem em contacto com material pedófilo ou com pessoas perigosas que pudessem gerar material próprio.
Um dos detidos mais perigosos foi um homem, de 29 anos, preso na província de Ciudad Real, por ter feito ‘download’ de pornografia infantil nos ‘chats’ investigados, e por ter tentado que outros membros do grupo lhe dessem contactos de meninas menores de idade a quem pudesse assediar para obter material.
Este homem foi preso depois de entrar em contacto com um polícia que fingiu estar interessado em trocar contactos.
Outro dos detidos foi uma criança com menos de 15 anos que queria ser administradora de grupos de ‘chat’ sobre pedofilia, tendo armazenado um grande número de arquivos para distribuir a quem fizesse parte do grupo.
No grupo dos detidos conta-se ainda um rapaz de 19 anos, que se tinha iniciado no mundo da pedofilia através de banda desenhada onde apareciam menores a sofrerem abusos e que procurava agora material sexual com crianças, um adulto de 50 anos com deficiência intelectual, que frequentava grupos de ‘chat’ de menores de idade, e um outro adulto, de 32 anos, que incitava membros do grupo a realizar atos pedófilos para poder partilhar as imagens com outros utilizadores.
Entre os detidos, além dos espanhóis, estavam quatro cidadãos do Equador, dois da Costa Rica, dois do Uruguai e dois do Peru, um indiano, um italiano, um francês, um paquistanês, um britânico e um sírio.
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