Desta forma, encerrou-se a ação cível movida por moradores dessa cidade do estado da Virgínia, que foram afetados pela manifestação de agosto de 2017 "Unite the Right" (Unir a Direita).

O protesto foi contra os planos municipais de remover uma estátua do general Robert E. Lee, que comandou as forças militares confederadas e pró-escravidão do sul durante a Guerra Civil Americana, entre 1861 e 1865.

A manifestação começou com uma marcha na noite de 11 de agosto, na qual neonazis e supremacistas brancos carregaram tochas. No dia seguinte, durante confrontos com contra-manifestantes, um simpatizante neonazi, James Fields, dirigiu o seu carro contra uma multidão, matando Heather Heyer, uma mulher de 32 anos. Fields foi condenado a prisão perpétua.

O júri que examinou o caso civil não concordou com as duas acusações de conspiração federal, mas considerou os réus responsáveis por conspiração civil e outras reivindicações de acordo com a lei estadual da Virgínia.

Doze pessoas e cinco grupos neonazis e nacionalistas brancos, incluindo o Movimento Nacional Socialista e o Vanguard America, foram condenados a pagar mais de 25 milhões de dólares em danos e indemnizações.

Roberta Kaplan, a advogada dos demandantes, disse que o veredito é "uma mensagem de que este país não tolera violência baseada no ódio racial e religioso sob qualquer formato". "E que ninguém jamais voltará a levar violência às ruas de Charlottesville, Virgínia, porque agora sabem o que acontecerá se o fizerem", completou.

Numa declaração conjunta, os nove demandantes disseram esperar que esta decisão "encoraje outros a sentirem-se mais seguros para falar no futuro em defesa da dignidade humana e contra a supremacia branca".

Depois da violência de agosto de 2017 em Charlottesville, o então presidente Donald Trump disse que havia "gente muito boa de ambos os lados", o que lhe rendeu acusações de complacência com a extrema direita.

O processo civil, iniciado em 2017 pelas vítimas, progrediu lentamente, em particular devido à falta de cooperação dos acusados. Durante o julgamento, a maioria deles não negou as suas crenças, inclusive as racistas, mas negou ter planeado a violência.

Os organizadores da manifestação argumentaram que estavam simplesmente a exercer os seus direitos à liberdade de expressão garantidos na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

Nas décadas de 1980 e 1990, ações civis movidas por ativistas antirracistas colocaram várias organizações extremistas de joelhos, forçadas a ceder as suas propriedades para pagar indemnizações estabelecidas pelos tribunais.

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