“Por vezes discordamos em questões como a de haver uma solução de dois Estados com os palestinianos, mas estamos de acordo quando pensamos que deverá haver sempre um Estado judeu duradouro e democrático”, afirmou a chanceler alemã, que se encontra de visita a Israel.
A criação de um Estado na Palestina é contestada pelos principais dirigentes do Governo israelita, como é o caso do primeiro-ministro, Naftali Benett, que questionado sobre o assunto considerou que “isso significaria muito provavelmente um Estado terrorista”.
Naftali Benett faz parte de uma corrente de extrema-direita que defende a colonização de Israel em território palestiniano e já se manifestou várias vezes contra a criação do Estado da Palestina, desde que assumiu em junho o Governo israelita.
Apesar das divergências neste tema, Angela Merkel, que realiza a sua última visita oficial a Israel como chefe do Governo alemão, reafirmou o compromisso do seu país para com o Estado judeu e assegurou que este perdurará independentemente de que lhe vier a suceder no cargo.
Já esta manhã Angela Merkel tinha afirmado que a segurança de Israel continuará a ser uma prioridade para qualquer governo alemão.
“A questão da segurança de Israel será sempre central para qualquer governo alemão”, sublinhou a chanceler.
E nesse sentido, um dos temas abordados como os governantes israelitas foi o facto do Irão, principal inimigo de Israel, se opor a um acordo nuclear.
“Deveríamos enviar uma mensagem inequívoca ao Irão para que volte à mesa das negociações sobre o acordo nuclear, afirmou Merkel, ressalvando que estas serão “semanas muito decisivas para o futuro do pacto”.
Durante o dia de hoje a chanceler alemã reuniu-se também com o Presidente de Israel, Isaac Herzog e visitou o Museu do Holocausto em Jerusalém, onde depositou flores e acendeu uma vela em memória dos seis milhões de judeus que foram exterminados pelo regime nazi.
“Os crimes contra o povo judeu são uma lição recorrente da responsabilidade que nós, alemães, temos”, declarou Merkel.
Durante seus 16 anos no poder, Angela Merkel fez do direito de Israel de se defender contra seus inimigos uma das prioridades da política externa alemã, enquanto clamava por um diálogo sobre esta questão delicada.
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