“A forma como o racismo e o antissemitismo se manifestam no nosso país é uma vergonha, envergonha-me profundamente”, disse Merkel na cerimónia, realizada numa sinagoga da capital alemã.
“É verdade: o racismo e o antissemitismo nunca desapareceram. Mas desde há algum tempo são mais visíveis e mais desinibidos”, criticou.
Cartazes, bandeiras e ‘slogans’ racistas e antissemitas têm sido usados em várias manifestações realizadas nos últimos meses na Alemanha contra as restrições impostas para travar o novo coronavírus.
“Insultos, ameaças ou teorias da conspiração são abertamente dirigidos contra cidadãos judeus”, disse, referindo-se a ameaças nas redes sociais contra judeus.
O presidente do Conselho Central dos Judeus, Josef Schuster, afirmou que as agressões antissemitas atingiram em 2019 um nível recorde dos “últimos 20 anos”.
“A pandemia de coronavírus atua como catalisador. Na internet, circulam numerosas teorias conspirativas que apontam os judeus como causa do vírus”, denunciou.
Também para Josef Schuster, “torna-se evidente que as ideias dos nazis ainda não desapareceram” e que “os preconceitos antissemitas se transmitem de geração para geração, consciente ou inconscientemente”.
O Conselho Central dos Judeus da Alemanha foi fundado em 1950 para representar os judeus que sobreviveram ao Holocausto nazi.
Merkel acelerou legislação para agravar as penas por antissemitismo após o atentado de Halle (leste), de 09 de outubro de 2019, prometendo “tolerância zero” no “combate ao ódio”.
Nesse ataque, um homem de 27 anos tentou entrar numa sinagoga, onde meia centena de pessoas celebravam o Yom Kippur, o feriado religioso mais importante do calendário judaico, e, não conseguindo, matou dois transeuntes e feriu outros dois, antes de ser detido.
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