Em Espanha, a “Manifestação de Solidariedade com a Palestina” começou em Atocha e terminou na Puerta del Sol, onde um manifestante pendurou uma grande bandeira palestiniana num poste e foi lido um manifesto conjunto das organizações envolvidas na manifestação: Samidoun, Alkarama, Al-yudur, Masar Badil ou Juventude Palestina, entre outras.

“O povo palestino está a morrer”, gritou o porta-voz das associações perante os manifestantes, muitos deles vestidos com lenços palestinianos e com a bandeira pintada no rosto.

Com os ‘slogans’ entoados na marcha, que contou com a presença de um grande número de famílias com crianças, os manifestantes apelaram ao fim da violência contra Gaza: “Não é uma guerra, é um genocídio”, “Viva a luta do povo palestino” ou “Onde estão as sanções contra Israel”.

Um grupo de jovens transportou três coroas fúnebres para expressar o seu pesar pelas vítimas dos ataques de Israel a Gaza, com diversas mensagens como “Vítimas do genocídio, estamos convosco”.

Outro grupo de palestinianos que vive em Espanha, vestidos com “kufiyas” (lenço tradicional palestiniano) e mulheres com hijab (lenço na cabeça), ergueram uma grande bandeira e exigiam o fim do “genocídio israelita”.

Os líderes do Podemos e do Más País juntaram-se à manifestação separadamente, mas com mensagens coincidentes dirigidas ao Governo espanhol, apelando para que este “deixe de mostrar cumplicidade” com Israel.

A secretária-geral do Podemos e ministra dos Direitos Sociais e Agenda 2030, Ione Belarra; a porta-voz desta formação, Isa Serra; o deputado de Sumar Íñigo Errejón e a porta-voz do Más Madrid na Assembleia regional, Mónica García, entre outros, assistiram a este ato de protesto e solidariedade.

“Defender a paz significa um cessar-fogo e canais diplomáticos, mas também uma paz duradoura, que implica acabar com a ocupação do território palestiniano, pondo fim à violação sistemática dos direitos humanos vivida pela população palestiniana”, assegurou o porta-voz do Podemos.

Por sua vez, Errejón concordou que a única solução viável para o conflito é reconhecer o Estado palestiniano e cessar a ocupação do território por Israel, e juntou-se aos apelos para o fim dos bombardeamentos, não de defesa contra um ataque terrorista, mas sim “limpeza étnica”.

Em Marrocos, milhares de pessoas também se reuniram na capital, Rabat, para manifestar o seu apoio à população palestiniana e denunciar o cerco à Faixa de Gaza por parte de Israel, país com o qual o reino alauita estreitou laços nos últimos anos.

Os manifestantes mobilizaram-se “após a deterioração da situação e o lançamento de ações militares na Faixa de Gaza”, segundo a nota divulgada pela agência oficial de notícias MAP, que não se refere às operações militares israelitas.

Durante a manifestação, no entanto, foram cantados slogans contra a normalização das relações entre Marrocos e Israel, segundo o jornal ‘online’ Hespress.

Israel é um dos países que reconheceu a soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental.

O Governo marroquino manifestou, num comunicado, a sua “profunda preocupação” com a escalada das tensões no Médio Oriente e as ações militares em Gaza, condenando os ataques contra civis “não importa onde ocorram”.