A medida foi anunciada pelo governo no passado fim de semana que justifica a restrição sobre a exportação de cereais com a alta inflação e a “segurança alimentar”.
A Índia, o segundo maior produtor mundial de cereais, informou os negociantes para não concluírem novas exportações sem a aprovação prévia por parte do Executivo.
O anúncio da medida fez instalar o caos no porto de Deendayal no Estado ocidental de Gujarat onde se encontram bloqueados neste momento cerca de quatro mil camiões carregados de cereais.
Quatro navios parcialmente carregados com cerca de 80 mil toneladas de trigo estão impedidos de transportar a carga para os portos de destino.
Os responsáveis do porto declararam que os carregamentos efetuados antes do dia 13 de maio, data da interdição decretada por Nova Deli, podem partir para países como o Egito ou a Coreia do Sul, devido a acordos anteriores.
A Câmara de Comércio de Gandhidham estimou que cerca de 400 mil toneladas de trigo proveniente de Pendjab, Harayana, Madhya Pradesh e de outros Estados produtores estão boqueadas no porto de Deendayal e em vários entrepostos vizinhos.
Entre 500 a 700 armazéns situados nas proximidades do porto de Kandla ”estão repletos de trigo destinado à exportação” disse Teja Kangad, presidente da Câmara de Comércio de Gandhidham, lamentando que o governo não tenha alertado com antecedência a medida que foi aplicada de forma “abrupta”.
“Isto está a conduzir a uma situação caótica onde os camionistas e os comerciantes desconhecem o que vai acontecer às mercadorias sendo que o trigo não pode ficar guardado permanentemente”, disse ainda Teja Kangad.
Os ministros da Agricultura do G7 criticaram recentemente a decisão de Nova Deli considerando que as medidas “vão agravar a crise” relacionada com as matérias-primas.
A Índia já tinha anunciado medidas no âmbito da situação provocada pela invasão da Ucrânia em fevereiro. A Ucrânia garante 12% das exportações mundiais de cereais.
A Índia afirma que a “interdição” é destinada a garantir a segurança alimentar do país.
Por outro lado, as temperaturas elevadas que se fizeram sentir na Índia afetaram as regiões indianas que produzem trigo, sobretudo no norte do país.
De acordo com as previsões, a produção indiana em 2022 deve diminuir cerca de 05% em relação ao ano anterior.
O preço do trigo atingiu um novo recorde na segunda-feira alcançando na abertura do mercado europeu, 435 euros por tonelada.
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