Organizado pela política de extrema-esquerda Sahra Wagenknecht e pela ativista Alice Schwarzer, a manifestação, que tem como ‘slogan’ “levante-se pela paz”, tem sido acompanhada de polémica, porque várias figuras de extrema-direita juntaram-se a esta iniciativa.

Sob as Portas de Brandemburgo, Wagenknecht e Schwarzer tomaram a palavra para pedir “diplomacia em vez de entrega de armas” perante manifestantes agrupados num dia de frio, chuva e neve derretida.

Desde 10 de fevereiro, Wagenknecht e Schwarzer também lançaram uma petição na Internet intitulada “manifesto pela paz”, que reivindica mais de 645.000 assinaturas.

Segundo um porta-voz da polícia de Berlim, outras manifestações do mesmo movimento foram anunciadas, assim como contramanifestações. Com receio de confrontos, a polícia mobilizou cerca de 1.400 efetivos.

Na sexta-feira, um ano após o início da ofensiva russa, várias manifestações contra a guerra na Ucrânia foram realizadas na Alemanha, incluindo uma, também nas Portas de Brandemburgo, iluminadas com as cores da bandeira ucraniana.

Igualmente em Madrid, centenas de pessoas manifestaram-se hoje a favor da paz na Ucrânia e contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a NATO, exigindo o fim da guerra através de um caminho pacífico, que não contribua para a “escalada belicista” que, segundo os manifestantes, está a ser promovida tanto pela Rússia como pela Aliança Atlântica.

Convocada pela Assembleia Popular contra a Guerra, que integra dezenas de grupos, organizações e sindicatos, a manifestação juntou cerca de mil pessoas, segundo dados da Delegação do Governo na Comunidade de Madrid.

Os manifestantes marcharam pelo centro da capital até chegar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Durante o protesto, liderado por uma faixa com a mensagem “Não à guerra: tropas russas fora da Ucrânia, não à intervenção da NATO”, os participantes entoaram cânticos como “Orçamentos militares para escolas e hospitais”, “Nem Putin, nem NATO: não são progressistas, são militaristas” e levavam cartazes com ‘slogans’ como “Paz Justa” ou “Morte à Guerra”.

Lucía Nistal, porta-voz da Assembleia do Povo contra a Guerra, destacou em declarações aos jornalistas que o motivo do protesto é “para dizer muito claramente que nem Putin nem NATO”, censurando o conflito e orçamentos belicistas, além do envio de dez tanques pesados Leopard2 para a Ucrânia, anunciado pelo líder do Governo, Pedro Sánchez, durante a sua viagem a Kiev na quinta-feira.

“Entendemos que escalar militarmente, escalar com sanções, escalar com envio de armas e também dinheiro só contribui para o prolongamento da guerra e no final haverá mais mortes, refugiados e crises que também pagamos no Estado espanhol”, afirmou.

Na mesma linha, a co-porta-voz do Unidas Podemos na Assembleia de Madrid, Alejandra Jacinto, defendeu um cessar-fogo para acabar com aquilo que qualificou de massacre e também com a dor que está a assumir a “guerra injusta” para o povo ucraniano.

“Hoje, mais do que nunca, acho que devemos redobrar os nossos esforços para apostar neste cessar-fogo, estabelecer canais diplomáticos e estancar a dor e o sangramento das pessoas que estão a morrer como resultado desta guerra”, disse aos jornalistas.