A audição sobre a cimeira da NATO de 11 e 12 de julho, em Bruxelas, foi iniciativa de Azeredo Lopes e está marcada para as 16:00 na comissão parlamentar de Defesa. Na semana passada, o presidente da comissão parlamentar, Marco António Costa, anunciou que esta audição se realizaria à porta fechada.
Uma hora antes, os deputados vão votar um requerimento apresentado pelo PSD para acrescentar um novo ponto à ordem de trabalhos da audição visando questionar o ministro da Defesa o caso de Tancos, face a uma notícia do semanário Expresso referindo que “ainda há explosivos e granadas por recuperar do assalto aos paióis”, em junho do ano passado.
O PSD, autor do requerimento, o CDS-PP e o BE defenderam, em declarações à Lusa, que o ponto sobre Tancos deve ser aberto.
“O ministro da Defesa deve responder aos deputados, face à gravidade dos dados agora revelados e ao alarme social que está criado”, disse o deputado social-democrata Pedro Roque, em declarações à Lusa, admitindo ainda chamar o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, ao parlamento.
Pelo PS, o coordenador dos deputados socialistas, Ascenso Simões, considerou que é indiferente o formato da audição mas, sustentou, havendo dois pontos, devem ser ou os dois abertos ou os dois fechados.
Quanto ao conteúdo, o deputado sublinhou que a investigação compete ao Ministério Público e sustentou que não há dados novos, nesse âmbito, sobre os quais o ministro da Defesa possa responder.
Do lado do ministério da Defesa, Azeredo Lopes deverá manter a posição que expôs em comunicado divulgado domingo: “Os esclarecimentos sobre o andamento da investigação, que todos aguardamos, só podem, portanto, ser prestados pelo Ministério Público”.
O semanário Expresso escreve que, segundo uma exposição do Ministério Público referida pelo Tribunal da Relação de Lisboa, em acórdãos decididos em março e maio deste ano, “a existência de armamento subtraído à instituição militar que se encontra na posse de desconhecidos representa um perigo para a segurança interna”.
No requerimento que será votado hoje, o PSD invoca ainda que “essa exposição do Ministério Público agora revelada pelo artigo do Expresso” refere que “o material ainda à solta tem o potencial de vir a ser utilizado na execução de crimes relacionados com as formas de criminalidade violenta ou mesmo atos terroristas”.
A 31 de outubro, em conferência de imprensa na Unidade Apoio Geral Material do Exército (UAGME), Benavente, para fazer o ponto da situação da desativação dos Paióis de Tancos, o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, confirmou que o material recuperado na Chamusca "se encontra armazenado nas instalações de Santa Margarida, exceto as munições de 9 milímetros".
Na mesma altura, anunciou que foi encontrada uma caixa de petardos a mais na relação do material furtado nos paióis de Tancos recuperado pela Polícia Judiciária Militar, situação que considerou, na altura, "compreensível".
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