"Não há melhor local para estar num dia como hoje do que em Paris", disse o ministro em declarações à Lusa, durante o evento na Embaixada de Portugal, acrescentando estar "muito orgulhoso de, por um lado, poder representar o governo português neste momento e, por outro, muito reconhecido pelo trabalho exemplar das nossas comunidades".
A França tem sido um local onde a comunidade portuguesa tem "um papel muito importante e tem conseguido integrar-se de uma forma tão efetiva e construtiva" devido à "comunhão de vontades entre quem recebe e quem, de facto, procura oportunidades", referiu.
Para Pedro Duarte, esta "é uma singela homenagem que o governo português também quer prestar a todos estes portugueses espalhados um pouco por todo o mundo e, que no fundo, construem o nosso Portugal de hoje em dia".
A diáspora portuguesa tem uma grande relevância na França por ser a maior comunidade estrangeira em França, com 1.200 mil cidadãos, segundo o embaixador de Portugal em Paris, José Augusto Duarte.
As comemorações deste ano, organizadas pelo embaixador de Portugal em Paris, foram adiantadas devido às eleições europeias que se realizam entre 06 e 09 de junho, que impossibilitam a realização do evento mais perto do dia 10 de junho.
Questionado pela Lusa em relação ao funcionamento dos consulados que tem provocado algumas queixas por parte das comunidades, o ministro afirmou que o governo pretende criar uma nova política de migração.
"Nós sentimos que precisamos muito do esforço e do apoio das nossas estruturas consulares, que são uma primeira linha, eu diria, nos processos que queremos implementar em Portugal, de criarmos novas regras para acolhermos melhores emigrantes e, nesse sentido, vamos reforçar a rede consular do ponto de vista global", afirmou Pedro Duarte.
Relativamente a questões levantadas durante as eleições pelos portugueses residentes no estrangeiro, o ministro referiu o mérito dos anteriores governos no “processo gradual” para melhorar as falhas.
“Nestas eleições europeias vamos experimentar um modelo novo, o chamado voto em mobilidade, que estamos a aplicar no território nacional e também junto das nossas comunidades”, disse o ministro, acrescentado que espera que, num curto espaço de tempo, deixem de existir os problemas que "não são justos para quem está fora do país e que acabam por não ser saudáveis do ponto de vista democrático”.
Durante a receção na Embaixada de Portugal em Paris, que reuniu mais de 300 convidados de várias nacionalidades, ouviram-se os hinos francês e português e um poema de Luís de Camões ao som de piano e de guitarra portuguesa tocados por artistas portugueses.
Durante as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas, o embaixador costuma ainda homenagear todos os anos um português pelo seu trabalho e relevância na comunidade.
Este ano, José Augusto Duarte fez menção a uma portuguesa, Antónia de 71 anos, que chegou à França com 20, e hoje é "empresária de talento, reconhecida em toda a comunidade" cuja "conduta de vida é inspiradora".
"Nós precisamos destes heróis do dia-a-dia, do quotidiano, pessoas que fazem uma vida inteira e que não têm reconhecimento dessa mesma forma, sem saberem que têm uma vida de heroísmo", afirmou o embaixador, referindo que "são pessoas que merecem reconhecimento" pelo trabalho e sacrifício que dão o mérito atribuído à comunidade portuguesa.
Antes da receção na Embaixada, a visita do ministro passou pela colocação de uma coroa de flores no busto de Camões, em Paris e, seguidamente, pela Livraria Lusófona Chandeigne e pela sala da Exposição temporária de Amadeo de Souza-Cardoso e de Sonia e Robert Delaunay, no Centro Georges Pompidou.
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