À entrada, o grupo de católicos que promoveu a abertura do Centro Arco-Íris durante os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 distribuiu um pequeno folheto onde se lia: “Fomos chamados a olhar para dentro de nós mesmos, buscando o solo fecundo. Na JMJ ganhámos força, criamos raízes.” E acrescentava o desafio: “Agora você é convidado a brotar e a florir aonde quer que vá, e mostrar com raízes fortes e ramos vigorosos que faz parte da criação dando frutos de amor e partilha.”
O grupo contestava a realização da missa e tinha sido mobilizado nas redes sociais. Inicialmente pensou-se que a missa poderia contar com a presença do padre jesuíta James Martin, dos Estados Unidos, que acompanha católicos LGBT e é autor do livro Construindo Uma Ponte.
No domingo, em entrevista ao 7MARGENS, o padre jesuíta dizia que a questão LGBT “é uma fonte de divisão na Igreja em alguns sítios, o que é muito triste” pois “a Igreja em todo o lado precisa de cuidar deste grupo de pessoas que são frequentemente alvo de violência, espancamentos e assédio”. E acrescentava: “São também talvez o grupo mais marginalizado da Igreja atual. Podemos pensar neles como o homem espancado que jaz à beira da estrada na Parábola do Bom Samaritano.”
Ana Carvalho, uma das dinamizadoras do Centro Arco-Íris, contou ao 7MARGENS que o grupo invasor começou por, brandindo os crucifixos, rezar o terço em voz bem audível, sobrepondo-se ao cântico de início da missa. As autoridades policiais acabaram por convidar o grupo provocador a sair, o que aconteceu sem incidentes, identificando a seguir os invasores.
À Visão, Rafael da Silva, um dos contestatários da missa, disse que o protesto era “uma iniciativa pacífica”, e “não é contra a comunidade gay”, acrescentando: “Individualmente, não temos nada contra estas pessoas. O inimigo é esta ideologia e alguns padres que a defendem contra o que deveria ser a Igreja Católica e contra o que é a vontade de Deus”.
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