A declaração do ministério divulgada pela rede social Telegram surgiu oito horas após uma reivindicação semelhante emitida pelo chefe do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigojin. Na ocasião, as autoridades ucranianas referiram que o combate por Bakhmut prosseguia.

"A situação é crítica. Ao mesmo tempo, […] os nossos defensores controlam algumas instalações industriais e infraestruturas na área, bem como no setor privado”, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, na rede social Telegram.

Os mercenários do Grupo Wagner têm estado envolvidos na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

“A operação de tomada de Bakhmut durou 224 dias […]. Aqui, só havia Wagner”, disse Prigojin, que está em conflito aberto com a hierarquia militar russa.

Prigojin anunciou também que os seus homens vão entregar o controlo de Bakhmut ao exército russo na próxima quinta-feira.

“No dia 25 de maio, vamos vasculhar completamente a cidade, criar posições defensivas e entregá-la aos militares. Pela nossa parte, regressaremos às bases”, acrescentou o empresário próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Ambos os lados sofreram pesadas baixas na batalha de Bakhmut, cuja importância estratégica é contestada.

A Ucrânia afirmou, esta semana, ter recuperado mais de 20 quilómetros quadrados às forças russas a norte e a sul da cidade.

Ao mesmo tempo, reconheceu um avanço dos combatentes do Grupo Wagner na própria cidade, onde apenas restava uma pequena bolsa de resistência ucraniana a oeste.

Os flancos onde os ucranianos dizem ter avançado perto de Bakhmut são ocupados por tropas regulares do exército russo.

Prigojin tem acusado as tropas russas de fugirem das posições na batalha de Bakhmut e o Estado-Maior em Moscovo de não fornecer munições suficientes aos mercenários do Grupo Wagner.

Se confirmada, a captura de Bakhmut daria a Moscovo uma vitória após vários reveses.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.