“É uma constatação, mas ainda assim é preciso dizer que o MPLA ganha com uma maioria absoluta suficiente para governar tranquilamente os próximos cinco anos, julgo que os resultados provisórios não poderão alterar grande coisa”, afirmou o secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão.
Para o político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) depois dos 86% dos votos já contabilizados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) “dificilmente o MPLA poderá perder a maioria absoluta que tem”.
“Temos também a nossa base de dados e sabemos o que vai dar e, neste momento, tudo indica que está consolidada essa maioria absoluta, mas é preciso dizer que mais de 90% dos países democráticos do mundo a maioria governa com maioria absoluta”, sublinhou.
Segundo Rui Falcão, o seu partido, que governou a última legislatura com maioria qualificada, “era uma exceção, mas ainda assim com essa maioria qualificada nunca deixamos de negociar os aspetos fundamentais para o desenvolvimento do país”.
“Portanto, continuamos no mesmo diapasão, com a mesma tranquilidade e olhando para o futuro de Angola”, disse em declarações aos jornalistas na sede nacional do partido, em Luanda.
A CNE angolana anunciou hoje que o MPLA mantém vantagem, com 52,08% das votações, seguido da UNITA (oposição), com 42,98%, quando estão escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais desta quarta-feira.
Com 77,12% dos votos apurados em Luanda, a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) lidera com 62,93% dos votos e o MPLA segue em segunda posição com 33,06%, anunciou hoje o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo.
Sobre a liderança de votos da UNITA, em Luanda, maior praça política do país, Rui Falcão referiu que a mesma resulta da abstenção dos militantes do MPLA.
“É basicamente a abstenção da nossa base militante, claro que é o que vamos estudar a seguir, temos que ter a serenidade e tranquilidade suficiente para que de forma equidistante analisar tudo quanto aconteceu e tirar conclusões”, frisou.
O MPLA, justificou, “continua ser o mesmo, nós somos um partido muito forte como viu, uma coisa é reorientar políticas, reorganizar internamente o partido, outra é o partido mudar”.
“Não muda coisa nenhuma, nós naturalmente vamos evoluir, como temos evoluído ao longo dos anos e não temos outro caminho”, notou.
Em relação ao Zaire, onde a UNITA lidera igualmente na contagem provisória, o político do MPLA descartou qualquer quebra do seu partido, apontando as vantagens dos “camaradas” em províncias onde a UNITA tem forte apoio.
“Não, veja que onde eram os bastiões do nosso principal adversário vencemos e de forma significativa, é a conjuntura, a vida democrática é isso mesmo, hoje uns e amanhã outros”, argumentou.
“Precisa saber ganhar e perder, não perdemos nada, ganhamos com uma maioria absoluta que nos permite governar com tranquilidade, a baixa votação não tem reflexos na governação, temos toda a base legal para governar e não precisamos de nada para o efeito, temos uma maioria absoluta e é isso que é necessário”, reafirmou.
As quintas eleições gerais em Angola perpetuaram a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA, oposição, que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.
João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior.
As eleições angolanas de quarta-feira decorreram em todo o país e, pela primeira vez, no exterior.
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