Se nas primeiras quatro semanas de 2024 foram registados apenas 15 casos, entre 22 de julho e 18 de agosto o número subiu para 1.192, de acordo com os dados das autoridades sanitárias da República Democrática do Congo (RDCongo), analisados pela Save the Children e que servem de base a um estudo desta ONG.
A RDCongo regista cerca de 90% dos casos de mpox no mundo e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem 18.000 casos e mais de 600 mortes. A última variante da doença, a 1b, que é considerada a mais perigosa, foi detetada neste país africano.
O responsável pela Advocacia Social da ONG internacional Save the Children no Kivu Sul, Julien Chabo Byake, apelou à educação da população para evitar o contágio e contou o caso de uma mãe que chegou a pensar que a doença do filho “se devia a bruxaria ou a algum tipo de malefício de terceiros”.
“Há muita desinformação na comunidade: alguns acreditam que esta doença não existe, outros afirmam que teve origem em laboratórios europeus para reduzir a população africana, enquanto outros pensam que é bruxaria ou um castigo de Deus para os pecadores”, alertou em comunicado.
Para além da chegada das vacinas, a ONG apelou também a uma injeção substancial de fundos da comunidade internacional para melhorar as instalações de higiene e saneamento nas escolas e comunidades, bem como a formação. A ONG considera que isto é fundamental não só para travar o mpox, mas também outras doenças como o sarampo, que foi responsável por quase 6.000 mortes no ano passado.
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